Há 10 anos
O Presidente da República sugeriu hoje aos jovens que, em vez de emigrar, investissem na agricultura, aproveitando os fundos comunitários que aí vêm. Para Belmiro de Azevedo os portugueses só terão legitimidade para reivindicar aumentos de salários quando atingirem a produtividade dos alemães, acrescentando que trabalham quatro ou cinco vezes mais que nós. Ou dos ingleses. E o Vítor Bento, um dos economistas do regime, veio sugerir o lançamento de imposto de selo sobre os levantamentos de dinheiro, aos balcões dos bancos ou no multibanco. É - garante – a melhor maneira de combater a fuga ao fisco, a economia paralela e até a corrupção!
Tudo isto tem tanto mais graça quanto menos vergonha tem esta gente. Como se Cavaco Silva nada tivesse a ver com a destruição da agricultura portuguesa, nem com os desmandos dos fundos europeus utilizados para acabar com ela.
Ou não fosse Belmiro um dos maiores, se não o maior, empregador português. Que, repare-se, não disse que os portugueses só poderiam aspirar aos salários dos alemães quando tivessem a mesma produtividade. Isso era evidentemente normal. Não, falou de simples aumentos dos salários, que são dos mais baixos da Europa e em escandalosa erosão de há pelo menos três anos para cá.
Ou Vítor Bento não fosse um homem da banca – e já se está a ver, a banca cobraria imposto de selo e não se importaria nada com mais umas comissões – e o presidente da SIBS…
Extraordinária …esta gente extraordinária. E sem vergonha…