Há 10 anos
À medida que a constituição da equipa se aproxima do onze base, sobe a qualidade do jogo da selecção nacional. Esta madrugada, frente à Irlanda – sim, o mais fraco dos três adversários desta fase final da preparação para o Brasil – com uma equipa já muito próxima da que será titular frente à Alemanha, com Cristiano Ronaldo já integrado, a selecção mostrou colectivo e mostrou qualidade.
A partir de agora é a sério, já não há tempo para mais experiências!
Estes três jogos de preparação deixaram a ideia de uma defesa a bom nível. Ainda sem Pepe – jogou os primeiros, mas bem poucos, minutos neste último jogo e não deu para tirar conclusões – mas sempre muito bem, com os três centrais utilizados (Ricardo Costa, Bruno Alves e Luís Neto) a darem boa conta do recado. Os laterais mais utilizados foram os polivalentes benfiquistas Ruben Amorim – fantástico na primeira parte do jogo desta madrugada – e André Almeida, sempre em bom nível. São no entanto lugares destinados ao João Pereira, que apenas jogou no primeiro, contra a Grécia, e ao Fábio Coentrão, que esteve a excelente nível, e até com um golo, neste último jogo.
Dos guarda-redes foi o Eduardo quem mais deu nas vistas, pelo que fez contra o México. Dispensado do Braga, precisava de espaço para brilhar na selecção para que pudesse tratar da sua vida. O Paulo Bento foi amigo – só lhe fica bem – o Eduardo respondeu à altura mas, assinado contrato lá para a Croácia, a baliza foi definitivamente entregue ao Rui Patrício.
No meio campo, regressado Raul Meireles e com o João Moutinho a subir de produção, fica um lugar em aberto. Cada vez menos ao alcance de William Carvalho – o jogador do sector que mais desiludiu – e cada vez mais seguro pelo Miguel Veloso. Mesmo que Rúben Amorim mostre, como tem mostrado, que tem futebol dos pés à cabeça!
Na frente, assim o permita o tal rotuliano, com o melhor do mundo e com o Nani já perto do seu melhor nível, como mostrou neste último jogo, permanece em aberto o lugar do meio. Parece-me que desta vez não há quem valha ao Postiga, mesmo que nenhum dos outros dois convença ninguém. O Éder movimenta-se bem, mas isso só importa de tiver consequências. E não tem tido. O Hugo Almeida terá até sido o menos mau de todos. Esteve até bem durante quase toda a primeira parte deste último jogo e marcou dois golos. Depois desapareceu e não se deu mais por ele.
É sem dúvida a posição mais frágil da selecção. Se procurássemos numa lista dos cinquenta melhores “nove” do mundo não encontraríamos lá nenhum português. Simplesmente porque um rapazito chamado Nelson Oliveira resolveu não ter juízo!