Há 10 anos
Já se começa a conhecer aquela que será a solução a comunicar hoje pelo governo e pelo Banco de Portugal. Tanto quanto se vai sabendo é uma solução que passa pelo Fundo de Resolução da Banca, uma entidade criada em 2012 e que é financiada pelos bancos portugueses e pelas receitas da contribuição especial que o sector paga ao Estado.
Este fundo tomará já amanhã conta da totalidade do capital do BES, que assim sairá de bolsa, sem qualquer indemnização para os actuais accionistas, que ficarão com o bad bank, a criar com a totalidade da exposição ao GES.
Como este Fundo de Resolução da Banca não tem fundos suficientes – na realidade é, na circunstância, um veículo e não um fundo, porque tem fundos insignificantes, ao que se sabe na ordem dos 180 milhões de euros – a capitalização do novo BES será feita a partir de um empréstimo estatal com recurso a 4 dos 6 mil milhões ainda disponíveis do fundo de recapitalização da banca definido pela troika, que na altura, ao contrário do BCP e do BPI, Ricardo Salgado recusou utilizar. Empréstimo a pagar em 6 meses, o prazo para vender em bolsa o novo BES, limpinho e desinfectado, e por isso apetecível.
Nada se sabe por enquanto sobre o que irá exactamente acontecer a milhares de pequenos aforradores que, com conhecimento ou não, têm poupanças investidas em papel comercial do grupo que, evidentemente, ficará no bad bank. Que, por essas e por outras, não poderá ficar ao Deus dará!
Esperemos que assim seja, que esta seja uma solução e que não voltemos tão depressa a ter surpresas. E que, da banca nacional, ninguém seja tentado a entrar em novas loucuras para ficar com o banco verde…