Há 10 anos
Carlos Moedas foi hoje ouvido no Parlamento Europeu, numa espécie de prestação de provas, na condição de comissário europeu indigitado. Provas - nesse sentido - tanto mais necessárias quanto, pela evidente falta de peso político, o parlamento desconfiava da sua preparação para a função.
Saiu-se bem, dizem. Apresentou-se como um produto do fenómeno de mobilidade social ascendente, imagem de marca da democracia europeia, o que é sempre bonito, e fez a sua mais surpreendente revelação quando disse que esteve muitas vezes em desacordo com a troika.
A surpresa - ninguém nunca deu por nada, antes pelo contrário, alinhou sempre pela ala mais dura do governo, na linha da frente da defesa da troika - deixou de ser surpresa quando se percebeu que, antes, o próprio Parlamento tinha criticado fortemente a intervenção da troika no nosso país. É sempre a mesma coisa: o que é preciso é saber dançar certinho ao som da música de cada momento. Acertar com a música...E isso aprende-se facilmente por Wall Street e pela City...