Há 10 anos
É sabido que Ricardo Salgado bateu às portas todas: Passos Coelho, Durão Barroso, Carlos Moedas, Cavaco... Quando surgiu a notícia que José Luís Arnault entalou os patrões, ficou a saber-se que afinal só se conheciam as portas que se não abriram. As que se tinham aberto mantinham-se mais ou menos econdidas...
Só que, lendo melhor a notícia, Ricardo Salgado nem sequer teve que bater á porta de Arnault. Foi o próprio que se ofereceu para dar uma mãozinha, enquanto proclamava aos sete ventos que "o BES era um banco profundamente estável" e que Salgado, que tinha anunciado a demissão dias antes, "tinha deixado um banco robusto com capital e credibilidade".
Qualquer um, que em qualquer sítio do mundo tivesse lesado desta forma a empresa que lhe paga, ficaria em muitos maus lençóis. Mas Arnault não é qualquer um, é alguém que é pago por e para ter relações com poder... E quando assim é estas coisas de centenas de milhões de euros não passam de pequenos acidentes de percurso, coisas sem importância... Que já passaram!
Umas passaram tão depressa que ainda deram para vender as acções do BES a tempo, dando para perceber a ponta do iceberg chamado inside trading que logo aqui foi levantada.