Há 10 anos
Temos visto de tudo, na Comissão Parlamentar de Inquérito ao BES. Declarações de todo o feitio – de amor e ódio, com a propósito e despropositadas, fidelidades e traições…
Ontem, João Moreira Rato, o antigo presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) que acompanhou Vítor Bento na última administração do Banco, que foi surpreendida com a medida de resolução, foi uma novidade. Tido como um dos maiores especialistas do país nas coisas da banca, e com uma passagem tão curta e supostamente tão desprendida dos interesses que possam estar em confronto, acabou por mostrar que tecnocrata pode ainda ser pior que político ou banqueiro.
Com uma arrogância ainda não vista, adoptou uma postura que foi da simples recusa a responder, a respostas por sins e nãos ou pela sucessiva repetição das anteriores. Irritou toda a gente e acabou por forçar o presidente da comissão, Fernando Negrão, a um puxão de orelhas, visivelmente a contra-gosto. Coisa nunca vista, quando por lá já passou tudo o que de mais sensível havia para passar…
Temo bem que este seja o espelho de uma nova linhagem da tecnocracia: arrogante, acima de tudo e de todos e comprometida com o não comprometimento!