Hino da alegria
Hoje, no Estádio do Algarve, o Benfica realizou o terceiro jogo da pré-época, contra a equipa de Ronaldo, a contar para o Torneio do Algarve, que junta ainda o Celta de Vigo. Que no primeiro jogo, no início da semana, goleou o Al Nassr (5-0), e defrontará amanhã o Benfica.
E ao terceiro jogo, a magia do futebol encarnado continua a encantar-nos. A divertir-nos, e a divertir os jogadores. Felizes, e também eles encantados com o futebol que produzem.
Di Maria é o dínamo da alegria com que jogam estes jogadores às ordens de Roger Schemidt. Apostaria que nunca se terá sentido tão feliz a jogar futebol, como se estivesse a jogar à bola com os outros miúdos lá no bairro pobre de Rosário. Foi o chefe da orquestra no "hino da alegria"que foi a primeira parte.
Marcou o primeiro, a meio da primeira parte, quando o Benfica já tinha desperdiçado quatro boas oportunidades para marcar. A primeira, no entanto, até coube à equipa dos petrodólares, e da ditadura saudita, logo nos primeiros segundos, num remate que João Neves desviou, quase acabando a trair Odysseas. Ficou-se por aí a equipa de Ronaldo. Por aí e por uma agressividade que chegou a passar das marcas. Cristiano Ronaldo acabou por ser notado pela maldade que Di Maria lhe fez, pela falta com reagiu, e pela vontade de marcar o seu primeiro golo ao Benfica. Nem que fosse de penálti. É pena, mas foi por aí que mais se notou.
Do recital da primeira parte ficaram três golos - o de Di Maria, e mais dois de Gonçalo Ramos - em 10 oportunidades claras. E o golo da equipa saudita, num aproveitamento do deslumbramento dos jogadores do Benfica, ditado por um excelente passe de Talisca, ainda um dos poucos jogadores da milionária equipa a merecer algum destaque. O outro foi Marcelo Brozović, recém-chegado do Inter, mais pela dureza com que entrou sobre Rafa e Di Maria, mas também pelo que, aqui e ali, conseguiu produzir.
Para a segunda parte Roger Schemidt mudou de novo toda a equipa. Desta vez foi todo um onze novo. Até Odysseas deu o lugar a Samuel Soares.
Neste onze, dos prioritários para Schemidt, apenas Aursenes (novamente), João Mário e Florentino. A "música" não foi a mesma, mas nem por isso as ideias foram outras. O mesmo futebol, bonito de ver, apenas um bocadinho menos empolgante. Até o mesmo desperdício.
Não fora isso, e o resultado não se teria ficado por apenas mais um golo, de Schjelderup, o miúdo que começa a aparecer. Até porque também nesta equipa da segunda parte não houve elos mais fracos. Ristic confirmou o que tem prometido, e João Vítor até já parece lateral direito. Lucas Veríssimo parece a caminho do regresso e Tomás Araújo confirma-se a cada jogo.
E é isto. O Benfica joga que se farta, cada vez mais bonito, e o plantel dá garantias. A dinâmica está lançada. Se ainda for possível melhorar, óptimo. Se não, só é preciso não estragar!