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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Histórias à volta de golos

11

Jogo tranquilo na Luz, a abrir a segunda volta do campeonato. Não tivesse sido a agitação que o Sr João Gonçalves - mais uma encomenda que chegou do Porto - introduziu no jogo e teria sido dos mais tranquilos a que assisti na Luz, desta vez um pouco abaixo das enchentes do costume, com "apenas" 54 mil nas bancadas.

O adversário era o Famalicão, uma sombra daquela equipa que iniciou o campeonato "a fazer a cama" ao Schmidt, naquela derrota 0-2 na abertura do campeonato, que ainda não ganhou um jogo desde que trocou o treinador Armando Evangelista pelo Hugo Oliveira, há mais de um mês. E foi na realidade inofensivo. Mas ... lá está o axioma do futebolês - "uma equipa joga o que a outra deixa".

E o Benfica fez o "qb" para que o Fama não jogasse nada. Ninguém diria que era o quarto jogo em 10 dias. Sem Di Maria, substituído por Akturkoglu - com vantagem na pressão e na recuperação de bolas, mas sem comparação em tudo o resto - Bruno Lage apostou em Leandro Barreiro para as funções de Aursenes (este ano a precisar do descanso que não teve nos dois anteriores). No resto não fugiu do onze inicial estabilizado nesta fase da época, que passa já por Schjelderup na ala esquerda, Tomás Araújo no lado direito da defesa, e António Silva ao lado de Otamendi, o grande capitão. Provavelmente muita gente não repara, mas vale a pena desligarmos da bola por momentos para o ver aos comandos do jogo. 

Como comecei por dizer a tranquilidade que a qualidade da exibição do Benfica transportou para as bancadas só foi perturbada pelo tal árbitro do Porto. Depois de ter subjugado o adversário, a exibição do Benfica teve ainda de tornar o tal João Gonçalves irrelevante. Mas não foi fácil. Durante toda a primeira parte, que acabou precisamente com o apito final quando a bola ia a caminho do Pavlidis, a isolar-se na cara do guarda-redes, depois de garantir total imunidade aos jogadores da equipa famalicense, já ter amarelado os dois jogadores do eixo central do meio campo Benfica, e de uma séria de faltas, e até lançamentos, marcadas ao contrário.

Daí a assobiadela monumental à saída para o intervalo, já mais arrefecida no regresso.

Para além da história dos quatro golos que fizeram o resultado, de outros tantos remates que acabaram por sair um bocadinho ao lado dos postes, ou acima da barra, e de oito grandes defesas do Carevic, o único jogador do Famalicão a exibir-se a grande nível, o jogo tem outras histórias. Também de golos!

A primeira é a de um goleador improvável. Parece que o Leandro Barreiro só tinha marcado um golo na sua carreira. No Benfica - sabia-se - estava em branco, mas também não tem assim tantos jogos. Marcou três, um hat-trick sem espinhas. Seguidinhos: 11, 36 e 67 minutos. Até para os grandes goleadores é um feito raro. Para um jogador do meio campo que ainda não tinha marcado, é do outro mundo. Mas a sua movimentação e a forma como rompe em desmarcações para dentro da área, fazem com que marcar golos não seja tão improvável quanto possa parecer. Hão-de certamente vir aí mais!

A segunda é a do suposto goleador que não marca golos. Pavlidis joga para a equipa, assiste, voltou a fazer um bom jogo, não regateia uma gota de suor, esforça-se, mas não consegue marcar. Voltou a ter quatro ou cinco oportunidade claras de o fazer, mas a verdade é que a bola não entra. Quando as bancadas se levantaram a gritar-lhe o golo, porque a bola estava mesmo a entrar, sem se saber como o Carevic tirou de lá dentro. Quando ia mesmo a marcar, a bola foi à barra. Ainda foi a tempo de procurar a recarga. Consegui-a e, quando finalmente marcou, o árbitro assinala-lhe fora de jogo no início da jogada. Que ninguém tinha visto (depois viria a saber que as linhas marcavam 17 centímetros, o que só "prova o olho de facão" do auxiliar) e que por isso deu festa. Em vão.

Por isso o aplauso das bancadas a Pavlidis na substituição (por Cabral) é também um dos momentos bonitos do jogo.

Acabada, com a sua substituição, a saga de Pavlidis e, com o terceiro golo, a de Barreiro (o homem do jogo, evidentemente), não acabou a história do jogo. Ela passou ainda pela fantástica jogada do João Rego - como gosto deste miúdo! - que passou por toda a gente por aquele lado direito até entregar a bola atrasada para Akturkoglu, de calcanhar, a deixar à frente de Kokçu, a jeito do remate rasteiro, de grande qualidade técnica, para o quarto. E último da história dos golos.

 

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