Hoje era ganhar ... ou ganhar!
Era um dos mais importantes jogos desta Liga para o Benfica, este de Barcelos, com o surpreendente Gil Vicente, de Vítor Oliveira. Pelas dificuldades que o Gil coloca aos adversários, especialmente em casa, onde apenas tinha perdido uma vez, num jogo atípico, com o Moreirense. E onde tinha vencido Porto e Sporting. Mas, mais ainda, pelas dificuldades próprias da actualidade do Benfica, que vinha de quatro jogos sem ganhar e de seis sucessivamente a sofrer golos.
Pela primeira vez em muitos meses o Benfica entrava em campo sem ocupar o primeiro lugar, e obrigado a recuperá-lo. Não ganhar este jogo significava o adeus à liderança, e muito provavelmente, por muitos jogos que ainda faltem e mesmo que Maio esteja ainda a três meses de distância, o adeus ao título. Porque sabe-se o empolgamento que isso legitimamente daria ao rival do título, e a mossa que um quinto jogo consecutivo sem ganhar, e o rápido esfumar de uma gorda vantagem de sete pontos, faria na equipa.
Hoje não se podia pedir à equipa do Benfica que invertesse o nível exibicional dos últimos jogos, que jogasse bem e que regressasse ao futebol que em Dezembro deslumbrava os adeptos. Hoje exigia-se ao Benfica que ganhasse!
E ganhou. E ganhou bem. Sem mácula, e com justiça. Teve maior domínio do jogo, mais bola e mais melhores oportunidades de golo, mesmo que não fossem muitas. Mas não jogou bem, é verdade. Mas também não era isso, hoje, que se exigia. Nem poderia ser!
O Benfica entrou bem no jogo, assumindo desde logo o comando das operações. E chegou cedo ao golo, logo aos 15 minutos, por Vinícius, de cabeça, na primeira - se não considerarmos a finalização de Pizzi, logo no início - oportunidade que criou. Que foi certamente a chave do jogo. Muitas das dificuldades da equipa nos últimos jogos, e flagrantemente no da última jornada, com o Braga, nasceram da acentuada quebra de eficácia na finalização.
Com Samaris no onze, o meio campo ganhou segurança e a equipa consistência. E isso foi notório, especialmente na primeira parte, onde a superioridade do Benfica foi mais evidente, mesmo que com poucas oportunidades de golo. Curiosamente a equipa criou mais, e mais claras, oportunidades para chegar ao golo na segunda parte, em que o Gil Vicente dividiu mais o jogo, equilibrando-o durante largos períodos.
Logo na arranque da segunda parte Carlos Vinícius desperdiçou uma claríssima oportunidade para bisar. A meio da segunda parte, Taarabt abriu o livro e, numa jogada individual espectacular, atirou com estrondo à barra. Pouco antes de sair, esgotado, Vinícius voltou a ser protagonista de mais uma excelente oportunidade e, já na parte final do jogo, foi ainda Cervi, recém entrado para substituir Rafa, a estar perto do golo.
O lado esquerdo da defesa beneficiou muito da presença de Samaris, e hoje esteve na direita o elo mais fraco. Defensivamente Tomás Tavares passou por muitas dificuldades, mais criadas pelo próprio que pelos adversários. A eficácia do passe melhorou um bocadinho, mas a decisão final, em Pizzi, mas especialmente em Rafa, continua muito abaixo da qualidade aceitável.
Fica a vitória, afinal o que hoje era verdadeiramente inegociável. E a liderança segura por um ponto, até que melhores marés venham.