Hora da diplomacia - relógio parado
A Turquia foi o primeiro país a chegar-se à frente nesta (nova) hora da diplomacia que começou a vislumbrar-se, e juntou hoje, no resort de Belek, na província de Antália, no sul do país, os ministros dos Negócios Estrangeiros russo e ucraniano, na primeira reunião de alto nível desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
As expectativas eram baixas - mais ainda por se seguir ao monstruoso ataque russo a um hospital infantil e maternidade em Mariupol - e não saíram infelizmente frustradas. Não deu em nada, e no fim apenas ficamos a conhecer o que Dmytro Kuleba, o chefe da diplomacia ucraniana, tinha para dizer. Do seu homólogo russo, Serguei Lavrov, nem uma palavra.
Dmytro Kuleba não disse muito - não confirmou a disponibilidade para as cedências que têm sido apresentadas como contrapartida para pôr fim à guerra - mas disse que não tinha sido possível avançar porque a delegação russa não estava mandatada para negociar. O que, para já, é suficiente para avaliar a boa-fé de Putin e Lavrov em negociações por esta altura.
Não é provável que seja na diplomacia turca que se encontre o engenho e a arte necessários para que esta seja mesmo a hora da diplomacia.