Houve autógrafos ou não?
Por Eduardo Louro
O Benfica ganhou na Holanda, coisa que não acontecia desde aquele célebre jogo na neve de Amesterdão, de há quase 45 anos, quando ganhou (1-3, com idêntico resultado na Luz a levar ao desempate em Paris, que então perderia por 3-0) ao grande Ajax, de Cruyff e de tantas outras estrelas, que então se apresentava à Europa, para marcar um ciclo de domínio no futebol europeu.
Ganhou por 1-0, resultado que começa a tornar-se exasperante, e que nada tem a ver com a superioridade revelada no jogo. E muito menos com as cores com que a velha raposa Dick Advocat, o treinador do Alkmaar, o pintou. Não vi o início do jogo, e por isso não sei se os seus jogadores foram pedir autógrafos aos do Benfica. Pelas palavras do treinador holandês apostaria que sim…
Claro que a exibição também não foi deslumbrante, na linha das recentes. Mas daria para muito mais, não fossem algumas decisões menos acertadas, especialmente ao nível do último passe e aqui ou ali alguma sorte do guarda-redes da equipa holandesa. Irónico é que o golo só tenha sido possível pela grande capacidade técnica do Salvio, é certo, mas porque Cardozo finalizara mal, permitindo a defesa ao guarda-redes adversário, no primeiro seus dois únicos remates (o segundo seria, logo a seguir, uma coisa frouxa, ao lado da baliza) nos 64 minutos que esteve em campo.
Mesmo assim, dois remates - ou duas tentativas de remate - é bem melhor do que o tem feito. O resto é igual, nada: nem um passe certo e oportuno, nem uma bola recuperada, continua um corpo estranho na equipa. O que é mau, até porque daria jeito vender o seu passe lá para Junho...
Mas mau mesmo foi a lesão, provavelmente grave, do infeliz Ruben Amorim, que sempre que está a grande nível vê o azar bater-lhe à porta. Menos mau foi o regresso de André Almeida, que afinal não saiu no mercado de inverno...