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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Imoralidade e pior que isso

Lucros de mais de 2.500 milhões de euros. Cinco maiores bancos tiveram ano  “fantástico”, à boleia dos juros do BCE – Observador

Quando se admitia que pudessem - já que, dever, deviam - baixar, o BCE voltou, na semana passada, a aumentar as taxas de juro. Um aumento em desaceleração (0.25 pontos percentuais, de 3.5 para 3.75%) mas, ainda assim, um aumento. E nem assim tão pequeno.

Diz a Srª Lagarde que tem que ser, para baixar a inflação. Continua a querer convencer-nos que esta é uma crise inflacionista comum, igual a todas as outras, provocada pela procura, quando todos sabemos que não é. Quando sabemos que esta inflação dos últimos anos tem apenas origem na oferta, que começou nos bens mais essenciais, e que, restringir a procura, é apenas privar deles milhões de pessoas.

Os bancos, como a generalidade dos sectores económicos, têm-se aproveitado imoralmente deste processo, para atingirem lucros históricos. "Excessivos", como não gostam que lhes chamem. E que Vítor Bento, líder da Associação que os representa, nem sabe o que são.

No ano passado somaram lucros de 2583 milhões de euros, um aumento de 71% face ao anterior.

As "pornográficas" margens financeiras da banca são apenas imorais. Tão imorais quanto as margens de tantas outras actividades que, as aumentaram a coberto da inflação. 

A imoralidade dos bancos é gritante, na medida em que reflectem as decisões (erradas) da política monetária nas taxas de juro que cobram, mas ignoram-nas nas que pagam. Cobram hoje juros quatro, cinco, ou seis vezes acima do que cobravam no passado, e pagam o mesmo que então pagavam - nada! A margem financeira dos bancos portugueses aumentou 9,5 vezes mais que a média europeia.

E ainda mantêm, e muitas vezes até agravaram, as comissões abusivas que lançaram a pretexto das baixas taxas de juro, e das baixas margens financeiras de então. É difícil admitir maior imoralidade!

A economia não funciona em bases morais. Mas a sociedade deve assentar precisamente nelas. E cabe aos poderes públicos velar por elas. 

A regulação, que cabe ao Banco de Portugal, pouco mais poderá fazer do que vagas recomendações para que os bancos remunerem os depósitos com taxas de juro compagináveis com as que cobram. Se os bancos - 75% do mercado está concentrado em cinco bancos - não têm falta de liquidez, não precisam de pagar melhor pela captação de recursos. Mas poderia certamente actuar sobre as comissões abusivas que já não têm qualquer justificação. 

A governação, com a regulação incluída, tem de ter em conta a imoralidade. Isso poderá não lhes importar, mas terão que se importar com os créditos que famílias e empresas hoje já não conseguem pagar, e com a onda de incumprimentos que aí vem. Que, para a ganância e para a imoralidade dos bancos são, hoje, "peanuts". E, amanhã, nada que todos nós não lhes resolvamos.

Outra vez!  

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