Inaceitável
O governo empenhou-se na solução do problema do BPI, e tudo parecia ter acabado em bem, livrando o Banco das pesadas sanções do BCE.
O acordo entre Isabel dos Santos e os catalães do La Caixa foi dado por certo à CMVM, e ao próprio BCE. Nos últimos dias começou a notar-se algum recuo do lado da filha do presidente angolano, e percebeu-se que nada era assim tão definitivo. Que havia trunfos na manga...
Acabamos de perceber que Isabel dos Santos tinha pendentes umas declarações de idoneidade do Banco de Portugal, entre as quais a da sua própria idoneidade. E que, de pé atrás, terá achado prudente esperar que o Banco de Portugal despachasse o assunto para, então sim, assinar o acordo.
A verdade é que Isabel dos Santos, sem nunca ter invocado essa condição, fez depender a confirmação do acordo no BPI da atribuição de idoneidade para a nova admnistração do Banco BIC, que vai substituir Mira Amaral, de saída para a reforma. E a verdade é que isto é chantagem. E é inaceitável!
Mas há o outro lado. Não custará muito a admitir hipotéticas razões que justifiquem que o Banco de Portugal, bem menos criterioso em tantas outras circunstâncias, recuse a idoneidade a Isabel dos Santos (é isso que está em causa, evidentemente). Mas custa ainda menos admitir que, depois do envolvimento do governo na solução do caso BPI, ao que constou com o comprometimento num reforço da posição accionista de Isabel dos Santos no BCP, este seja mais um espisódio da guerra (ab)surda entre o administrador do Banco de Portugal e o governo. Dificilmente poderá deixar de ser mais uma batalha na guerra entre António e Carlos Costa... O que não é menos inaceitável!