Inglório? Certamente! Mas...
Durante 70 minutos do jogo desta noite, na Luz, vibrante, o Benfica alimentou a ilusão de ter condições de o disputar com o colossal Bayern. De discutir o resultado, e até que perder não era a fatalidade anunciada.
Claro que poderia ter sofrido golos durante esse período, e sofreu até dois que, bem, o VAR anulou. Mas também poderia ter marcado e, acima de tudo, nunca foi uma equipa dominada e submetida. O Bayern resolve sempre os seus jogos muito cedo. No último domingo, com o Bayer Leverkusen, com quem então partilhava a liderança da Bundesliga, à meia hora de jogo já ganhava por cinco. O resultado em branco aos 70 minutos, com uma equipa que é uma máquina de marcar golos, e com o Benfica a fazer bem mais que simplesmente resistir, fazia oscilar os adeptos entre a esperança num bom resultado e o receio que, para aquela máquina de futebol, o golo seja apenas uma questão de tempo. Ou de um erro!
Não se esperaria era que fosse numa bola parada. Já tinha havido duas ou três ocasiões para isso, e nenhuma tinha saído bem a Sané. Mas foi: Yaremchuk, na barreira, em vez de saltar, encolheu-se. E a bola passou por ali, direitinha às redes de Odysseas, sem possibilidade de fazer o que quer que fosse para o evitar. Aquele minuto 70 tornou inglório todo o esforço da equipa até aí.
E a partir daí foi o descalabro, perante um adversário impiedoso, com os erros a sucederem-se, e os golos a surgirem a um ritmo nunca antes pensável, até à temida goleada. Em casa, como já sucedera às outras duas equipas portuguesas na Champions. Por muito que o Benfica tenha feito bem mais neste jogo, perdendo por quatro, que então tinham feito os seus adversários nacionais, e companheiros de desventura nesta Champions, quando perderam por 5-1.
Ninguém se fica a rir. Essa é que é essa. Como é este o nosso futebol no espaço competitivo europeu. O resto é conversa!