Já chegamos à Madeira?
(FOTO LUCILIA MONTEIRO)
O PSD ganhou as eleições regionais na Madeira à rasquinha. Perdeu a maioria absoluta, que mantinha desde sempre - há 43 anos, tantos quantos conta a História do estatuto autonómico - e apenas vai conseguir manter o poder porque, coligado com o CDS, tem mais um deputado que a esquerda. Ganhou à rasquinha e mantém o poder à rasquinha!
E no entanto, para Miguel Albuquerque foi uma vitória clara, inequívoca e estrondosa.
Mas nem assim o líder regional do partido e do governo conseguiu arrebatar o prémio do absurdo da noite eleitoral. O "non sense" absoluto ficaria mesmo para o apelo de Paulo Cafôfo ao CDS, e ao pleno da coligação negativa. Para o número 1 da lista do PS geringonça é coisa do passado. Agora é preciso passar para a geringonça com piruetas e mortais encarpados à retaguarda.
Já chegamos à Madeira?
PS: "Já chegamos à Madeira", vulgarmente utilizada em expressão de espanto, surpresa ou até de absurdo, é uma velha expressão mas não uma expressão velha. É bem nova. Há quem diga que decorre de se fazer no Funchal a primeira escala no transporte dos militares para a guerra colonial. Aí saídos, e pela primeira vez soltos das amarras da família e da ordem militar, os mancebos explodiam. Quando regressavam ao barco não eram mais os mesmos. E a ordem e o aprumo de até aí transformavam-se em caos para o resto da viagem.