Mais plástico, muita gelatina...
Por Eduardo Louro
Surpreende-me a enorme decepção que Paulo Rangel está a representar. Nem a boa imprensa, que indiscutivelmente tem, o salva das gritantes fragilidades políticas que não consegue disfarçar.
Rangel, que na candidatura à liderança do PSD tinha deixado a ideia de solidez, política e de carácter, está a revelar-se um político de plástico igual a todos os outros que por aí andam. Mesmo que com menos alguns quilos e menos uns centímetros de perímetro abdominal, está muito mais gelatina do que então parecia!
Pode até parecer uma máquina de campanha, pode até sugerir aos mais descuidados uma boa capacidade de empolgamento de massas, mas não tem qualquer substância. Como de resto já se desconfiava da sua apagada passagem pelo Parlamento Europeu, nos últimos quatro anos...
É por isso que se lhe não ouve uma ideia sobre a Europa, nem se lhe percebe uma reflexão sobre os grandes problemas que hoje afligem e ameaçam os europeus, e os portugueses em particular. Foca-se nas questiúnculas internas e efabula sobre o despesismo socialista, na retórica fácil para esconder o absoluto vazio de ideias. Mas também para desvalorizar a sua responsabilidade no resultado eleitoral que aí vem, e acentuar a de Passos Coelho. Escondido atrás do discurso populista do despesismo, de aparente solidariedade com o governo, Paulo Rangel não está a fazer mais nada que a sacudir já a água do capote!
E, claro, quanto mais abébias – como a de Manuel Alegre – o PS lhe der, melhor. Essa é a sua praia!