Mais uma responsabilidade...
Por Eduardo Louro
Acabadas as legislativas - que não mortas e enterradas - aí vêm as presidenciais a toda a velocidade. Com a passadeira estendida para Marcelo?
Creio que sim. Afastou toda a concorrência, tem agora o beneplácito de Passos - e Portas, por arrasto (Passos arrasta Portas para todo o lado, não consegue ver-se livre dele, está colada que nem uma lapa) -, não divide nada com ninguém e nem tem sequer necessidade de anunciar a candidatura, o que lhe permite continuar a doutrinar e evangelizar o eleitorado a partir do seu púlpito dominical.
Quem se tramou foi Sampaio da Nóvoa. Percebeu-se logo que Maria de Belém levantou o dedo. Os resultados eleitorais de António Costa fizeram o resto, já não tem por onde sair. Resta ao PS convencê-los a ambos a afastarem-se, o que não sendo neste momento a melhor coisa que lhe poderia acontecer, será a menos má. E partir à procura de um novo candidato adequado á nova realidade política do país.
Acaba por cair no colo dos socialistas mais uma responsabilidade. A responsabllidade de impedir que a candidatura presidencial da direita potencie os 38% de votos á partida e ganhe á primeira volta, o que só conseguirá com um bom candidato e com as vias de comunicação à sua esquerda bem desimpedidas.
No actual quadro político o país precisa de um grande Presidente da República, de uma figura altamente prestigiada e de grande peso político. Marcelo não encaixa nesse perfil. E o país não está em estado de ser entregue ao experimentalismo frenético de Marcelo. O que só acrescenta responsabilidade à responsabilidade do PS!