Marcelo a marcar território no desconfinamento
O aguardado, e anunciado para ontem, plano de desconfinamento foi ontem apresentado, como prometido. E, ao que parece, está a suscitar relativa consensualidade, mesmo que levante sempre a questão do copo meio cheio ou meio vazio. E que nalgumas circunstâncias contrarie a opinião de técnicos e cientistas, cada vez também elas mais díspares.
Até aqui nada de anormal. A coisa começa a piar mais fino quando se repara no silêncio ensurdecedor do Presidente da República. Quando Marcelo fica calado é sempre mais notado que quando fala, e quando fica calado sobre esta matéria é sinal claro que se quer demarcar deste plano de desconfinamento. Seja porque lhe torce o nariz, seja porque, por trás da sempre propalada solidariedade institucional no enfrentamento desta crise pandémica, sempre se viu Marcelo com alguma dificuldade em acertar o passo com a pandemia.
Lembramo-nos bem como, há um ano, se apressou precipitadamente a confinar. Ou como, há apenas três dias, no dia da tomada de posse, se envolveu num banho de multidão, numa visita a um bairro do Porto (na imagem). É sabido que Marcelo tem para tudo o seu próprio passo, e o seu próprio tempo. Mas, sendo o seu, nem sempre é o mais acertado.
É por demais evidente que o silêncio de Marcelo sobre o plano de desconfinamento não tem nada a ver com a viagem ao Vaticano, onde neste momento se encontra. Tem tão só em vista guardar um espaço a pisar se as coisas não correrem bem. É a velha, e agora renovada, questão do segundo mandato!