Na mesma, como a lesma!
À terceira jornada - e segunda consecutiva em casa - tudo continua na mesma no Benfica. A casa continua a encher - perto de 60 mil novamente na Luz -, os adeptos, já sem João Mário para assobiarem, continuam a assobiar o treinador, e a equipa, mais que continuar a não empolgar, continua longe do futebol que tem a obrigação de apresentar, e longe de exibições e resultados que lhe tragam, a ela própria, e às bancadas, a crença e a tranquilidade.
O Estrela da Amadora, que há cinco dias, no último jogo, levou um "banho de bola" do Famalicão, e perdeu em casa por 3-0, pareceu hoje, na Luz, uma equipa intransponível, de jogadores com três pernas e dois metros e meio de altura. Ora, teremos todos uma enorme dificuldade em achar que isto seja mérito próprio.
O Benfica não jogou mal. Já o disse noutras ocasiões que não é frequente jogar mesmo mal. Os jogadores correm, e não se negam a esforços. Nem são toscos, é evidente a sua qualidade individual. Só que isso não basta. Apenas com isso encontrarão sempre uma perna a mais à frente da bola na hora do remate, um pé a mais a interceptar o último passe ou o cruzamento decisivo. As cabeças dos adversários chegarão sempre mais alto e primeiro às bolas cruzadas. Sem dinâmicas instaladas, sem rotinas estabelecidas, sem estratégias acertadas, os adversários têm sempre jogadores com três pernas e dois metros e meio de altura. Os jogos nunca estão controlados, nem os adversários realmente dominados.
Não jogar mal não é jogar bem, como diz Roger Schmidt no final de cada jogo. Tal como o problema, como quis fazer crer no final deste, também não é apenas a finalização.
Hoje o golo (Kokçu - o melhor em campo -, assistido por Pavlidis) até surgiu relativamente cedo, ainda antes do meio da primeira parte. Mas nem isso mudou nada, e as bancadas permaneceram inquietadas até ao fim do jogo, até com a sensação que, se o Brígido não tivesse dado aquele meio frango, o Benfica não teria conseguido ganhar o jogo.
Uma nota para as lesões de Aursenes (uma lesão muscular, mais uma, agora num jogador que jogava sempre, e em todo o lado) e de Tiago Gouveia. Não são também boas notícias. E outra para a estreia de Renato Sanches, que também não é boa notícia. Poderá vir a ser o transportador de bola que a equipa precisa, mas hoje percebeu-se que isso está ainda muito longe. Em tempo e em peso.