Nem que me paguem!
Passamos os olhos pelas capas dos jornais e vemos:
"Barão de Rio suspeito de gerir rede de favores", referindo-se a Álvaro Amaro, e a propósito da operação "Rota Final", ontem levada a cabo pela Polícia Judiciária em 18 Câmaras Municipais do norte e centro norte do país;
"Duarte Lima perde processo para filha de milionário", sobre um dos mais arrepiantes casos de polícia de um dos mais influentes políticos do regime em tempos ainda recentes;
"Três ex-autarcas do PSD suspeitos de corrupção", ainda sobre a operação "Rota Final";
"Vice do PSD é um dos cinco arguidos do caso Rota Final";
"Rota final atinge PSD - Álvaro Amaro e outros dois ex-autarcas são arguidos";
"Rota Final - Câmaras sob suspeita adjudicaram mais de 15 milhões a empresa de transportes em cinco anos";
"Já há cinco arguidos, entre os quais Álvaro Amaro, que deixou a Câmara da Guarda para ir para o Parlamento Europeu";
"Relação de Lisboa anula absolvição de Duarte Lima no caso de Rosalina Machado".
E depois vemos: "E se lhe pagassem para votar?", uma interrogação lançada a partir de uma ideia do presidente do governo regional dos Açores, para combater a abstenção.
A ideia não é absurda. É certamente criticável. Mas também seguramente defensável, e tem pano para mangas. O problema é que, dado o contexto, o mais provável é uma reacção do tipo: Votar? Votar com gente desta? Nem que me paguem!