NIBOR*
Depois de, em Maio, ter introduzido novas e mais agravadas tarifas sobre a utilização e manutenção das contas de Depósito à Ordem, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público, acabou de informar os seus clientes de ter cortado em 70% as taxas de juro dos depósitos a prazo (a taxa de juro das diferentes contas poupança passa a ser de 0,015%), e que vai deixar de pagar juros abaixo de 1 euro.
Quer isto dizer que os titulares de depósitos a prazo com menos de 7 mil euros deixarão de usufruir de qualquer rendimento sobre o seu dinheiro. E que, ao invés, aos proveitos que acrescenta sobre as contas à ordem destes seus largos milhares de clientes, a Caixa vai somar mais uns milhões de euros de juros que unilateralmente decidiu deixar de pagar.
Quer isto ainda dizer que, a centenas de milhares de pequenos depositantes, a Caixa corta-lhe os rendimentos e aumenta-lhe os custos. Talvez isto até não chocasse muito se não estivéssemos precisamente a acompanhar os trabalhos da Comissão Parlamentar Inquérito que, com os resultados que se conhecem, anda à procura dos 4 mil milhões de euros - que todos tivemos já de repor - que um bando de inimputáveis malfeitores fez desaparecer do banco público nos últimos anos. Ou se não estivéssemos a saber que acabam de ser aprovados os prémios à Administração pelos resultados de 2017, os primeiros desses mesmos últimos anos que se não escreveram a vermelho!
Mas, assim, choca um bocadinho… É o ROBIN (dos Bosques) ao avesso. Que dá NIBOR, e até parece um indexante de taxa de juro à espera do spread…
* A minha crónica de hoje na Cister FM