No fim perdeu a Alemanha. E a Bélgica!
É relativamente frequente que surjam surpresas num ou noutro jogo dos Mundiais. Mas, mesmo sendo a fase inicial um campeonato de apenas três jogos, o mais comum é que, no fim, os mais fortes acabam por ditar a sua lei, e acabam apurados.
Aconteceu quando a Arábia Saudita ganhou à Argentina. Os sauditas não fizeram nem mais um ponto, e os argentinos, não perdendo mais nenhum, acabaram a garantir o primeiro lugar do grupo. Mas não foi o que se passou hoje no Grupo E.
O Japão tinha cometido a surpresa de ganhar à Alemanha, e com ela abrira uma grande oportunidade de se vir a apurar. Mas decidiu, à japonesa, ensaiar uma tentativa de suicídio com a Costa Rica, e tudo voltava ao normal. Ficava a faltar-lhe defrontar a súper Espanha ...
O jogo começou a traçar-lhe o destino. Com a Espanha senhora de si e mandona, e a marcar logo bem cedo. A primeira parte foi um simples exercício da superioridade espanhola.
Só que, logo na abertura da segunda parte, tudo mudou. Os japoneses entraram desenfreados e marcaram dois golos - o segundo irá fazer correr muita tinta, com a tecnologia a chocar com o olho humano -, em três minutos. E passavam para a frente, no jogo e no grupo.
No outro jogo, a Alemanha, que também começara a ganhar - curiosamente marcara o primeiro golo praticamente em simultâneo com o da Espanha - a 20 minutos do fim já estava a perder com a Costa Rica.
Nesta altura, a apenas 20 minutos do fim dos jogos, Espanha e Alemanha estavam eliminadas.
E foi então que a Alemanha salvou a Espanha, contando com a reciprocidade espanhola. Pedia-lhe apenas um golo, enquanto tratava da sua vida virando o resultado para 4-2. Não sabemos, nunca o saberemos, se a Espanha recusou dar a mão aos alemães, ou se não conseguiu mesmo marcar o golo que lhe evitasse a derrota.
O que sabemos é que a Espanha, perdendo, e deixando o Japão no primeiro lugar, não só descartou os alemães como, e não é coisa de somenos, ganhou um caminho muito mais aberto, livrando-se - tudo aponta para aí - da Argentina e do Brasil. Claro que terá, para já, que se ver com Marrocos. Mas o que é poderia escolher de melhor?
Desta vez, no fim, perdeu mesmo a Alemanha!
No grupo F, Marrocos já tinha feito pela vida, e dificilmente deixaria de ser apurado. Confirmou-o ganhando ao Canadá (2-1) - que perdeu os três jogos, mesmo que talvez só tenha merecido perder um, com a Croácia - e garantindo o primeiro lugar.
A Bélgica, outra das grandes decepções deste Mundial, teria de ganhar à Croácia para se apurar. Fez o único jogo aceitável para o seu estatuto, mas não conseguiu melhor que o empate a zero. E ficou de fora, ditando o fim de linha para Roberto Martínez, o espanhol que levou a selecção belga ao topo do ranking da FIFA mas que, na realidade, nunca passou do quase.