Noite negra em Munique
O Benfica perdeu (0-1) em Munique, com o Bayern. Dito - ou visto - assim, nada de anormal. Afinal nunca, na longa história de confrontos entre ambos os emblemas, o Benfica tinha ganhado ao Bayern. Mesmo que este, como a própria classificação demonstra, e o jogo tenha confirmado, não seja neste momento o papão que por hábito é. Dito - ou visto - assim, este era um jogo de que se não esperaria muito para uma trajectória aceitável nesta "Champions". Mau mesmo tinha sido perder, na Luz, com o Feyenoord.
Só que o Benfica não perdeu apenas um jogo, por um só golo, na casa de um dos convencionados mais poderosos adversários. Perdeu um treinador, perdeu certamente alguns jogadores. E perdeu a crença em tudo o que tinha acreditado ter sido até aqui construído por Bruno Lage.
O onze anunciado denunciava que Bruno Lage ia abdicar dos conceitos básicos da equipa. Não se percebia como é que teria tido tempo para trabalhar aquele 5x4x1, independentemente de também se não compreender os jogadores escalados. Cedo se percebeu que aquilo não era mais que um exercício experimental de falta de ambição, de falta de capacidade e de falta de personalidade de Bruno Lage.
Com uma estratégia miserável, que depois do jogo o treinador não conseguiu explicar a ninguém, como, antes, também não conseguira explicar aos jogadores, o Benfica foi apenas a imagem de uma exibição humilhante. Dificilmente deixaria de perder o jogo, como sempre acontece a quem apenas tem medo de perder. Mesmo que o golo de Musiala não tivesse acontecido, e no fim se tivesse salvado o empate, esta exibição nunca deixaria de envergonhar o nome do Benfica.
Há coisas que não voltam atrás, nem se limpam. Não sei se hoje Bruno Lage perdeu os adeptos. Não tenho dúvidas que perdeu os jogadores!
O que se passou com os adeptos do Benfica, que provocaram a paralisação do metro, e a evacuação de uma estação, por uso de material pirotécnico, e levou a atrasar num quarto de hora o início do jogo, só torna mais negra esta noite de Munique.