Normalidade e previsibilidade
Os resultados de ontem em França, na primeira volta das determinantes presidenciais francesas, representam com que um regresso à normalidade, mesmo que eles representem uma enorme e profunda brecha na normalidade.
Parece um pardoxo, mas se calhar não é. Se substituirmos normalidade por previsibilidade, teremos a resposta.
Os resultados de ontem confirmam a rotura do sistema partidário francês, tal qual o entendíamos nos últimos 50 anos, e mostram uma outra França, definitivamente afastada de França de Giscard d`Éstaing, de Miterrand e de Chirac. E mais ainda dos seus fracos e fracassados sucedâneos dos últimos anos. A normalidade está no facto deste corte com a nomalidade estar completamente assimilado, previsto nas sondagens dos últimos meses, e por isso dado por adquirido. E o regresso à normalidade é o regresso das sondagens ao seu papel, coisa que já se começava a dar por perdida. E só apreciamos a previsibilidade, e deixamos de a considerar uma chatice, quando sentimos o desconforto de a ver fugir... e de a perder!