O buraco de António Costa
Por Eduardo Louro
Este era o pior momento para António Costa entrar no buraco escuro em que se meteu. Não conseguiu resistir aos encontrões que foi levando de todo o lado, e acabou por se deixar cair num buraco donde dificilmente sairá.
A chinesice em que se embrulhou, e que enche hoje o espaço mediático, é apenas o exemplo mais acabado desse buraco negro onde António Costa anda às apalpadelas, cuja menor das consequências será certamente o abandono em estado envergonhado do histórico Alfredo Barroso, que há muito andava a bater com a porta.
A António Costa está a faltar estofo, e isso vai ser fatal. Já foi fatal para Seguro, mas agora vai ser fatal para o PS. Quando a falta de estofo vitimou Seguro ainda sobrava Costa, que ainda por cima parecia ter disso para dar e para vender. Agora não sobra ninguém!
As coisas já não estavam fáceis. As dificuldades do PS já seriam enormes, como se vê pelo que tem acontecido com os seus congéneres da Internacional Socialista, todos eleitoralmente dizimados pela sua conivência com os desastres neo-liberais. Com consciência disso, António Costa, em vez de assumir o quadrado ou o círculo, optou por tentar a quadratura do círculo. Não o conseguiu, como ninguém conseguiu, nem conseguirá!
Quando, na mesma semana, António Costa diz que não faz propostas porque tudo depende depois de Bruxelas e de Berlim, que o país está melhor ao fim destes quatro anos e elogia o investimento chinês, o paradigma da política de investimento deste governo, que se limitou a entregar ao estado chinês as maiores empresas monopolistas do nosso país e a vender casas a cidadãos chineses a troco de vistos e corrupção, não assinou apenas a sua sentença de morte política. Retirou também de vez a esperança a milhões de portugueses!