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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

O dérbi que teria de ser ganho

 

Sessenta e duas mil e quinhentas almas nas bancadas esgotaram a Luz para assistirem ao dérbi eterno. Que, não tendo sido dos mais vibrantes, não deixou de ser um bom espectáculo de futebol, nem de ter os ingredientes que fazem dele, sempre, um jogo único, e sem paralelo no panorama do futebol em Portugal.

Quando se esperaria que fosse o Benfica a entrar forte no jogo, até porque se anunciara que Roger Schemidt teria mesmo pedido isso aos jogadores, e porque o adversário não tinha razões para trazer muita confiança na bagagem, foi o Sporting que entrou melhor no jogo. E fez do jogo, no primeiro quarto de hora, aquilo queria exactamente dele - ter bola. Depois, poderia querer mais, mas para começar o que queria mesmo era ter a bola. Quem tem a bola não têm que correr atrás dela. Nem é atacado. 

Rúben Amorim sabia que se o Benfica tivesse bola as coisas se complicariam, e muito. Como, de resto, o próprio jogo viria a confirmar. Por isso quis ter bola simplesmente para a ter, e não tanto para "ferir" - para utilizar uma horrível expressão que é agora usada - o adversário.

Conseguiu-o durante pouco mais que esse primeiro quarto de hora. A partir daí o Benfica não lhe permitiu mais que fosse o dono da bola, e passou a tê-la e a jogá-la como sabe, e a meio da primeira parte já era Adan a safar o golo, em duas ocasiões consecutivas. E já era um Benfica galvanizado, apostado em não sair de cima da área sportinguista.

Valeu então ao Sporting a matreirice de Paulinho. Foi o seu momento "matreirice 1". Simulou que tinha sofrido uma falta, rebolou pelo chão, entrou a equipa médica ... e acabou com aquilo que já começava a cheirar a sufoco. E a verdade é que aquela espécie de intervalo, convocado pelo experiente e matreiro avançado do Sporting, resultou. Quebrado o ritmo, o Benfica voltou a ter que reaquecer o motor e, para que tudo fosse ainda pior, logo a seguir, numa carambola dentro da área, foi nessa altura que o Sporting marcou. Na realidade não marcou, mas foi golo, e conta na mesma. A bola primeiro ressaltou em Otamendi, e deixou Vlachodimos batido. Depois, ressaltou em Bah (que continua completamente fora de forma, numa altura em que nem há Gilberto) para dentro da baliza.

O Benfica teve que reaquecer os motores rapidamente, e a máquina voltou a funcionar. E 10 minutos depois do auto-golo sofrido o Benfica empatou, numa jogada de insistência de António Silva, que serviu Rafa para partir os rins a Matheus Reis, e assistir Gonçalo Ramos, na cara de Adan. Daí até ao intervalo só deu Benfica, mas não deu mais golos. Mesmo que o miúdo - a anunciar más notícias para o que estava para vir - logo a seguir tenha assustado, ao falhar um atraso de cabeça para Vlachodimos e deixar a bola ao dispor de Trincão, sozinho, só com o guarda-redes grego pela frente. Mas reagiu tão rapidamente "a tirar-lhe o pão da boca" (na imagem) que até pareceu que tinha feito de propósito, a exemplo daqueles cabeceamentos para a trave de própria baliza, para evitar o canto.

Logo a abrir a segunda parte, sem que o jogo tivesse ainda dito o que quer que fosse, o VAR manda Soares Dias ver em imagens o momento "matreirice 2" de Paulinho. Depois de cinco minutos "a deliciar-se com as imagens", o árbitro - que até aí só tinha tido cartões para mostrar a jogadores do Benfica, por muito que Ugarte se tivesse esforçado para que lhe fosse mostrado por nem sei quantas vezes - assinalou penálti. Que o Pote aproveitou para o seu já clássico golo na luz. 

E o Benfica começava a segunda parte a perder um jogo que poderia e deveria ter saído do balneário a ganhar. Com um penálti em que a "matreirice" de Paulinho contou com a colaboração da "verdura" de António Silva. Pré-anunciada, como se vira!

O Benfica voltou a pegar no jogo e o empate final demorou, de novo, apenas dez minutos. Mais uma bela jogada de futebol com Florentino a abrir para Grimaldo, na esquerda, e este a assistir para Gonçalo Ramos bisar, ainda, e de novo na cara, de Adan.

Logo a seguir Schemidt trocou Aursenes por Neres. Para ganhar o jogo, pensou-se. 

Mas não. Porque Neres também está longe dos seus melhores momentos. Mas também porque a equipa tem agora intermitências que antes não tinha. O futebol é o mesmo, a intensidade, a pressão, a velocidade, e também a inspiração e a confiança dos jogadores, é que não são tão constantes quanto eram. E nem mesmo a confiança do treinador, como se viu por se ter ficado pela entrada de Neres (a de Chiquinho, nos últimos dois minutos, não conta para essas contas).

Por isso não ganhou um jogo que, como se viu, teria de ganhar.  Até porque, sempre que o jogo teve futebol digno de se ver, foi praticado pela equipa do Benfica. 

E assim acabou o pleno de vitórias que marcava esta época na Luz. E assim se perderam cinco pontos em três jornadas. Depois de, sempre a somar, de seguida, deixar cair uma das competições e de perder a invencibilidade... É também por isto que este dérbi teria de ser ganho!

 

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