O Estado e o cidadão, ou ... o gato e o rato!
Regresso ao estafado “o Estado somos nós”. Não é que esteja obcecado com esta frase feita, é mesmo por mau feitio.
Como é que o Estado pode ser nós, ou mesmo nós poderemos ser o Estado, se não há relação mais conflituosa do que aquela que mantemos reciprocamente?
Quando numa relação entre duas partes, cada uma não pensa se não em receber o máximo e dar o mínimo, está tudo dito. Maior conflitualidade … é impossível.
O cidadão exige tudo do Estado. Tudo. Segurança, assistência, saúde, educação, justiça … da boa. Até emprego. E bem pago, de preferência. E que nunca lhe atrapalhe a vidinha. Que não o fiscalize. Nem quando vai no seu carrinho na estrada com o pezito mais pesado, nem quando foge em excesso de velocidade ao IVA ou ao IRS. Ou ao IRC da sua empresa. Ou quando lá na empresa mete a mão nos fundos europeus, e desvia o empreiteiro das novas instalações fabris, para exportar mais, para a piscina lá de casa.
E, como se vê, não está muito interessado em dar o que quer que seja.
O Estado, por sua vez, não faz muito melhor, e às vezes até parece que quer dar razão aos cidadãos que dele só querem fugir. Vai-lhes ao bolso sem dó nem piedade, e passa a vida a estudar a melhor forma de lhe apertar o cerco, sem lhes deixar escapatória, como num jogo do gato e do rato.
E quando chega a hora de retribuir, é uma chatice … Nunca há dinheiro. E quando há, está cativo. Não se lhe pode tocar!
Estado e cidadãos comportam-se mesmo como aqueles dois simpáticos animaizinhos. Muito simpáticos, mas não se podem ver!
E ainda dizem que “o Estado somos nós”… Então não somos?