O futebol não é só impiedoso. É cruel!
(Foto Record)
Tem sido notória a quebra - física e anímica, a que geralmente se chama de forma - do Benfica. É inegável que a equipa - e não é um ou outro jogador, é mesmo toda a equipa - se deixou cair num mau momento, seja por sobrecarga de jogos, seja por outra razão qualquer que, se não está já identificada, é importante rapidamente identificar.
O futebol é por norma impiedoso. Nesta altura, com o Benfica, está a ser cruel. O adversário chega uma vez à baliza, como hoje se voltou a repetir em Setúbal, e faz golo. O treinador, homem cordato e educado, fala com a equipa de arbitragem no final do jogo, à vista de toda a gente, olhos nos olhos, sem quaisquer sinais de exuberância, e é imediatamente suspenso por 15 dias. Quinze dias tão cirúrgicos que correspondem a três jogos. Os árbitros, agora de apito tão leve para assinalar penaltis a favor dos principais concorrentes, ignoram olimpicamente takles e mãos dentro da área dos adversários, como ainda hoje, de novo, se voltou a repetir. Que têm os cartões ali tão à mão, e que tão rápidos são a deixar a concorrência em superioridade numérica, deixam-nos em casa. Ou trazem-nos tão no fundo do bolso que se torna muito difícil que de lá saiam, como também hoje se viu. O amarelo ficava sempre no bolso, bem lá no fundo. O vermelho deve ter mesmo ficado esquecido em casa...
Mesmo jogando pouco, o que o Benfica está nesta altura a jogar daria normalmente para ganhar. Os concorrentes estão a jogar menos, e basta-lhes. A crueldade não está apenas em perder um jogo em que o adversário fez um único remate à baliza e nem chegou a ter 20% de posse de bola, Também está aí!
É ainda cruel perder 5 dos 6 pontos em disputa com o Vitória de Setúbal. Ou perder outros tantos em apenas três jornadas. Ou que afinal as lesões contem...
Podemos dizer que ainda vamos à frente. Mas é melhor nem dizer, pode dar azar...