O jogo das dúvidas
Em tempo de dúvidas, o Benfica deixou sem dúvidas que é muito superior ao Dínamo de Zagreb, e selou a passagem aos quartos de final da Liga Europa.
Mas não foi fácil tirar essas dúvidas. A equipa que Bruno Lage apresentou adensou mais as dúvidas que já existiam. A precisar de marcar, a equipa entrou sem pontas de lança, deixando as bancadas da Luz cheias de dúvidas. Dúvidas que rapidamente cresceram com a primeira metade da primeira parte a ser francamente medíocre. A partir daí a produção da equipa começou a crescer mas sem nunca atingir um nível aceitável para aquilo a que nos tem habituado.
Bruno Lage quis poupar os jogadores mais sobrecarregados. De jogos e de outras coisas, como é o caso de Jonas. Mas não correu bem, e teve de emendar a mão. Logo ao intervalo tirou Zivkovic, estranhamente cada vez mais um poço de dúvidas, e Yuri, cada vez com menos dúvidas que é demasiado pouco para o Benfica, e fez entrar Jonas e Grimaldo. A equipa melhorou muito e, pelo inevitável Jonas, aos 71 minutos chegou ao golo e empatou a eliminatória.
A melhoria da qualidade do jogo justificava o segundo o golo, e arrumar com a eliminatória nos 90 minutos de jogo. Mas nem com recurso a João Félix, por troca com Jota, o segundo golo apareceria. E o pior cenário que se poderia perspectivar passou a realidade. O prolongamento era tudo o que o Benfica não queria nesta fase da temporada, mas não havia nada a fazer se não disputá-lo.
Ainda bem que assim foi, porque o jogo da equipa continuou a crescer, mas agora para patamares já muito próximos daqueles em que tem andado. O futebol do Benfica no prolongamento foi de grande nível, com dois grandes golos, de Ferro e de Grimaldo, este último verdadeiramente soberbo, ainda na primeira parte.
Não se sabe quais serão as consequências deste esforço no próximo jogo, já no domingo, com o Moreirense. Sabe-se que os jogadores que Bruno Lage quis poupar acabaram por fazer praticamente o tempo de todo um jogo; e que os outros ficaram com mais 120 minutos em cima. Mas também se diz que quando se ganha não há cansaço, perder é que cansa. E se calhar é melhor chegar cansado a Moreira de Cónegos mas com a alma cheia, que um pouco mais folgado mas com a cabeça cheia de dúvidas.