O Relatório
Já quase se tinha deixado de falar dele, mas chegou. Ontem, último dia de Agosto. Bem ao fim do dia.
Falo do Relatório da auditoria especial ao BES e ao Novo Banco. O Relatório de que há meses se falava, e sem o qual nem mais um cêntimo entraria no Novo Banco. Entrou, como se sabe. Sem que Mário Centeno saísse. Sairia depois, como se sabe. E para onde bem se sabe.
Não se conhecem as razões de tamanho atraso na sua entrega, mas não será de todo alheio ao facto de a Deloitte internacional ter feito questão de accionar todos os mecanismos de controlo de qualidade e de exercer apertada supervisão sobre o Relatório. O caso não era para menos. Um Relatório a abranger um período tão alargado - 2000 a 2018 - e o maior escândalo financeiro da História de Portugal, mas também a água que a filial portuguesa ia carregando no capote, justificavam-no.
Não é ainda público, nem se sabe se o virá a ser. Sabe-se que irá ser entregue à Procuradoria Geral da República. E naturalmente aos supervisores (Banco de Portugal e CMVM) e ao Fundo de Resolução. E não se sabe muito mais. O que se conhece é de um comunicado do Ministério da Finanças, e o que se sabe não é nada de novo.
Que o Novo Banco perdeu mais de 4 mil milhões de euros, em pouco mais de três anos, até 2018. já não é novidade nenhuma. Como novidade não é "o conjunto de insuficiências e deficiências graves de controlo interno no período de actividade até 2014 do Banco Espírito Santo no processo de concessão e acompanhamento do crédito, bem como relativamente ao investimento noutros activos financeiros e imobiliários".
Mas já chegou. Veremos no que virá a dar...