"Optimista e superficial"
Fosse para agitar as águas, fosse para reforçar ainda mais o espaço para a sua recandidatura, o Presidente Marcelo falou de crise na direita, admitindo a "forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos" que a arrede do poder por muito tempo.
Fosse para se fazer desentendido, e continuar a assobiar para o lado como que não seja nada com ele, fosse porque não percebe mesmo nada do que se diz e nem nada do que se passa, Rui Rio achou-o "optimista e superficial". O "superficial" compreende-se. Serve para desvalorizar. E, seja para continuar a assobiar para o lado, seja para disfarçar as suas insuficiências de percepção, Rui Rio precisa mesmo de desvalorizar os conteúdos críticos. O "optimista" é que não há mesmo forma de compreender.
Das duas, uma: ou Rui Rio falou para não estar calado, e mais uma uma vez "nem as pensa", ou, ao dizer que o Presidente é optimista ao prever que PSD e CDS estão condenados a um longo jejum de poder, tem claro na sua mente que o cenário, para a direita portuguesa, é de mera sobrevivência. Pior que ficar afastada do poder por muito anos só mesmo desaparecer da esfera do poder!
Parece-me que não será assim tanto. Que Rui Rio é que, depois de se tornar irrelevante, está agora em vias de desaparecimento...