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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Porto 0 - Benfica 0

Foi "Dia de Clássico". De clássicos, porque o Sporting-Braga também é um clássico. E não correu mal: empataram, e bem. Mesmo que o Sporting continue com as bênçãos da vaca, como se fosse na Índia, e ... da arbitragem, como se voltou a ver.

O clássico do Dragão é sempre especial. Desta vez vinha em boa altura para o Porto, e má para o Benfica. O Porto só ganhava, só marcava, sem sofrer. Era um balão cheio, tudo lhe corria bem. O Benfica ... pelo contrário. Ao Benfica tudo acontece. Desta vez até uma virose, a afectar o plantel até à véspera do jogo, ao que se diz apanhada em Londres ...

O clássico teria que ter muito a ver com tudo isso. Era impossível que não fosse marcado por essa assimetria de desempenho das duas equipas. E por isso o Benfica surgiu no relvado do Dragão preparado para jogar um jogo de xadrez. E jogou-o bem.

Um jogo de xadrez é como o tango. Precisa de dois. Um precisa de dois para ser jogado, o outro para ser dançado. E o Porto, claro, também jogou xadrez. Mesmo que muitas vezes lhe acrescentasse outras nouances, mais de circo que de outra coisa. Muita fita, muita palhaçada, mas também muita traulitada.

O Benfica jogou melhor xadrez, Mourinho é especialista. Para o bem, e para o mal, o Benfica teve muito sangue frio, e pouco sangue quente. Mas lá está, o xadrez joga-se com sangue frio. Quem se permitir ferver acrescenta dificuldades.

Teve tanto de xadrez, e tão pouco de futebol, que o primeiro remate só apareceu já depois da meia-hora de jogo. E ainda assim num livre, por falta de Pêpê sobre Sudakov (que por ser claramente uma jogada promissora, ficando o 10 do Benfica em boas condições para atingir com êxito a baliza adversária, deveria ter sido punido com cartão amarelo, que teria consequências para o jogo, pouco tempo depois) cobrado pelo próprio. Isto já depois de Gabri Veiga ter agredido Rios, a meio da primeira parte, na altura em que finalmente os adeptos do  Benfica começavam a conseguir entrar para as bancadas do Dragão.

O primeiro remate do Porto tardaria ainda mais 5 minutos. O primeiro canto - se o primeiro remate foi para o Benfica, o primeiro canto foi para o Porto - surgiu apenas em cima do intervalo. E foi o único da primeira parte. Não houve um fora de jogo, em toda a partida.

Para melhor se perceber o jogo de xadrez, como foi jogado pelas duas equipas, e até o sangue frio e quente que correu nos jogadores de cada uma, veja-se que o Benfica cometeu apenas 6 faltas, três em cada metade. Contra 16 do Porto (6 na primeira e 10 na segunda). E que, mesmo com a discrepância de critérios do árbitro Miguel Nogueira, o Porto foi admoestado com 6 amarelos, e o Benfica com dois. O primeiro, na primeira vez do árbitro, a Rios (por, quando já três ou quatro do Porto tinham feito tudo para o justificarem, ter chegado com o pé perto do ombro de um adversário, que se baixara em prática de jogo perigoso), e o segundo, na última vez de Miguel Nogueira, mesmo no fim do jogo, a Dedic. Um daqueles cartões salomónicos, dividido com o provocador, no caso Borja Sainz. Os restantes cinco - e mais quantas passaram em claro? - decorreram de entradas duras, a roçar a violência, de jogadores portistas.

Ou repare-se que, em termos de desempenho individual, provavelmente os três ou quatro melhores serão jogadores do Benfica: Dudic (o homem do jogo, para a insuspeita Sport TV), Sudakov, Rios e, Enzo. Ou que o melhor do Porto, o central Bednarek, não foi melhor que António Silva, hoje a alto nível.

Quando fugiu ao xadrez, quando arriscou um bocadinho, o Benfica esteve perto do golo. Foi à entrada do segundo quarto de hora da segunda parte, quando um corte de Kiwior levou a bola à barra da baliza de Diogo Costa. Para que tudo fosse igual, também, quando o Porto arriscou um bocadinho, já ao minuto 90, com a entrada do seu puto maravilha, na primeira vez que tocou na bola, o Rodrigo Mora rematou também à barra da baliza de Trubin.

Como desabafou Mourinho, o Benfica sobreviveu. E está aí, bem vivo. Esperemos que sim, até porque isso de já "não dependermos apenas de nós próprios", não é conversa para agora.

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