Quanto maior é a exigência, melhor!
Está demonstrado que quanto maior é a exigência, melhor é a resposta do Benfica. O jogo desta noite, em Guimarães, entrava claramente no lote dos mais exigentes desta fase final da época. Engrossava as apregoadas dificuldades do calendário, comparado com o do Sporting. E, como no Porto, a saída foi a melhor.
Olhando para o 3-0, para a vitória clara a cheirar a goleada, é essa a conclusão: o Benfica saiu-se muito bem desta dificuldade. Na verdade, olhando para o jogo, a conclusão é que se saiu ainda melhor.
O Vitória entrou com tudo, e até parecia que o Benfica - com o onze de que Bruno Lage não abdica - não tinha chegado a horas para o jogo. No primeiro quarto de hora só houve Guimarães. Só os de branco tiveram bola, só eles jogaram, só eles remataram.
Aos 21 minutos, quando, com a embalagem dos primeiros quinze minutos, o Vitória procurava asfixiar o adversário com uma pressão altíssima, o Benfica soube desenvencilhar-se daquilo tudo, primeiro por obra e graça do improvável Florentino e, depois, pela classe de Pavlidis, Akturkoglu e Kokçu e, no primeiro lance de ataque e no primeiro remate, marcou o primeiro golo, e virou o jogo do avesso.
Não que o golo de Pavlidis tivesse tido o condão de inverter por completo o rumo do jogo. Não foi isso que aconteceu, mesmo que, pouco depois, o mesmo Pavlidis tivesse voltado a marcar, em mais uma excelente transição ofensiva, que nem o fora de jogo, no remate final, deslustra. O que aconteceu foi que o Vitória passou a jogar desconfiado, e foi isso que mudou o jogo.
A ponto de, ao intervalo, o jogo estar equilibrado. Em posse de bola, em remates, e até em oportunidades de golo.
Na segunda parte o Vitória voltou a entrar forte. Desta vez prolongou a superioridade, não tão gritante como a do primeiro quarto de hora da primeira, mas ainda assim clara, para meia hora. Valeu então Trubin que, com Florentino, formou a trave mestra da exibição e do resultado que Pavlidis e Carreras assinaram.
Logo no início da segunda parte o músculo da coxa de Di Maria cedeu. Uma lesão é sempre uma contrariedade, mas a equipa ficou a ganhar com a troca. De resto a entrada de Schjelderup já se justificava. Pouco depois foi Tomás Araújo, que continua preso por arames, a ter de sair. Mais uma contrariedade, desta vez colmatada com a entrada de Barreiro, e com Aursenes a voltar à sua velha condição de lateral direito, onde como se sabe não se sai mal.
Esgotada essa meia hora o Benfica voltou ao comando do jogo. Antes de, à entrada do último quarto de hora, Carreras ir por li fora, até marcar o segundo golo, à bomba, já sem ângulo, em modo Gyökeres, já Schjelderup o poderia ter feito.
Depois ... há jogos assim. O Vitória dispusera de três ou quatro livres em zonas perigosas - ao mínimo encosto, e às vezes nem isso, ali à entrada da grande área, o árbitro Gustavo Correia assinalava falta - sem disso conseguir tirar proveito. O Benfica precisou apenas de um para marcar o terceiro: Kokçu cobrou-o, o Varela tentou blocar a bola, mas ela fugiu-lhe para a recarga de Pavlidis, mesmo antes de sair, na última vaga de substituições de que Bruno Lage dispunha.
Que trouxe para o jogo Bruma, Dahl e Belotti, quando faltavam 10 minutos para o fim do jogo. Que acabou por dar para tudo, até para gerir o quinto amarelo a Florentino e a Di Maria, que tanto tantos está a incomodar ...
E faltam quatro: AFS (ou AVS, ou Aves, ou Vilafranquense, ou lá o que é), Estoril, Sporting e Braga. Quais serão os mais exigentes?