Que Giro!
O fantástico Stelvio - não, não é de automóveis que estou a falar - do alto dos seus 2.700 metros de altitude, tirara-lhe a camisola rosa, na quinta feira, e empurrara-o para o quinto lugar da classificação geral, mas não abatera o nosso espectacular João Almeida. Seguiram-se mais duas etapas de alta montanha, onde continuou a mostrar que era dos melhores, sempre na frente, reduzindo ainda alguma da desvantagem que trouxera daquele dia.
A camisola rosa, perdida no Stelvio para Kelderman que o seguia no segundo lugar, apenas se manteve um dia no dorso do holandês. Ontem mudou para o seu companheiro de equipa, o também jovem Jai Hindley, da Sunweb, com o mesmo tempo do também britânico Geoghen Hart, da Ineos.
Hoje, no contra-relógio final, decidia-se a vitória final. Mas decidia-se também o quarto lugar, onde o campeão espanhol de contra-relógio, Pello Bilbao, dispunha de 23 segundos de vantagem para João Almeida. Com prestações de alguma forma modestas dos dois primeiros, a menos modesta foi a de Geoghen Hart, que assim venceu o Giro. Com mais uma excelente prestação, João Almeida foi o quarto, e o melhor entre os dez primeiros do Giro. Superou a desvantagem para o espanhol, ganhou-lhe ainda mais 12 segundos, e alcançou um brilhante quarto lugar final, a apenas 2 minutos e 57 segundos de Geoghegan Hart. O melhor de sempre de um português em Itália. E o terceiro melhor nas grandes competições mundiais, depois do segundo lugar na Vuelta, e do terceiro no Tour, do saudoso Joaquim Agostinho.
Notável também a prestação de Rúben Guerreiro, que ganhou uma etapa e foi ainda o primeiro na classificação da montanha.