Radicalismos
Por Eduardo Louro
A Grécia não sai das primeiras páginas. Agora é pelo futebol, que também não consegue fugir do perigoso radicalismo instalado no país.
Tudo começou com o antigo treinador do Porto que, para além de ser conhecido pela fluência do seu inglês, é também conhecido por ser homem dado a crenças. Se umas eram conhecidas, e nunca fizeram confusão a ninguém – cada um fecha na mão o que quer e beija os objectos que lhe apetecer – outras há que, pelos vistos, eram desconhecidas e desafiam os espíritos mais intolerantes.
No último domingo, no Panatinaikos – Olimpiakos, o Sporting – Benfica de Atenas, Vítor Pereira arrancou para tocar as redes das balizas, a tal crença escondida, que por cá nunca se tinha visto. Quando chegou à baliza em frente para a claque dos da casa, adversário, as coisas começaram a correr mal. Os adeptos do Panatinaikos, ou porque, sendo gregos, não estivessem com a melhor das impressões dos portugueses (o Fernando Santos já lá não está), ou porque sejam pouco dados a tolerar crenças alheias, ou ainda por, em vez de crença terem visto por ali mão provocadora, começaram por mimá-lo com tudo e mais alguma coisa e acabaram a invadir o campo. Diz-se que a correr atrás do homem, sabe-se lá com que ganas!
O que por cá – e provavelmente também por lá até há pouco tempo – daria lugar a uma série de inquéritos e contra-inquéritos para deixar tudo na mesma, por lá foi resolvido com a imediata suspensão de todas as competições internas. Por tempo indefinido. Assim mesmo, sem “mas” nem meios “mas”… Para que as Instituições não fiquem com dúvidas!
Para o nosso compatriota Vítor Pereira, para além do susto, que fique algum cuidado com as manifestações das suas crenças. Sejam elas quais forem!