Respeito político
Não sei se a Mariana Mortágua vai ser, ou não, bem sucedida na liderança do BE, em especial na tarefa de o recolocar no lugar de terceira força partidária do país. Parece-me uma missão difícil, mas também me parece não haver no partido outra figura mais capaz para o tentar.
Do que não tenho dúvida é do respeito que conquistou. Sim, que conquistou através de determinação, frontalidade e competência. O respeito é o maior activo de um político. Sabe-se como é escasso, e valioso, nos dias que correm, em que são cada vez mais raros os protagonistas que o merecem.
Esse respeito, traduzido em elogios oriundos de todo o espectro partidário, e em particular de respeitável e respeitada gente da direita conservadora como, por exemplo, Lobo Xavier e Cecília Meireles, é tão mais notável quanto, ainda há bem pouco tempo, era alvo de chacota dessa esfera política.
Ontem, na entrevista ao Paulo Magalhães, na CNN, deixou mais uma notável demonstração de como sabe dar-se ao respeito, para ser respeitada. Questionada sobre se, ao divulgar a sua orientação sexual, não estava a expor a sua intimidade, respondeu que a sua intimidade não isso. Era apenas a sua liberdade!
Podemos concordar, ou discordar, das suas ideias políticas. No todo, ou em parte. Não podemos é deixar de saudar aparecimento de novos quadros políticos que, em vez de gente nova para a velha classe política, verdadeiramente projectem uma nova geração para uma política nova.