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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Se os três primeiros nomes fossem amostra...

No âmbito da sua (dscutível, mas legítima) estratégia de divulgação pública das ligações portuguesas aos "papéis do Panamá", o Expresso apresentou no sábado os três primeiros dos anunciados 240 nomes, não considerando o já conhecido saco azul do BES: Manuel Vilarinho, Luís Portela e Ilído Pinho. Um ex-presidente do Benfica, e dois dos mais proeminentes empresários do país, ambos com fundações certamente destinadas a promover o bem comum.

Não deixa de ser interessante reparar nas reacções de cada uma destas três personalidades que tiveram o privilégio de abrir esta lista de celebridades (estou certo que, neste país de  brandos costumes, será assim que serão vistos): Manuel Vilarinho disse logo que já estava à espera de ser contactado, não negou nada e explicou tudo. Bem ou mal, não interessa agora, confirmou e deu a sua justificação para a coisa. Luís Portela, o presidente da Bial, negou que - ele ou o grupo - tivesse alguma relação com quaisquer offshores. Tem, sim, "uma filial no Panamá que coordena toda a actividade do grupo na América Latina”. E Ilídio Pinho, o comendador Ilídio Pinho, negou tudo: "não tenho, nem nunca tive, contas no Panamá" - apressou-se a garantir.

Ora, os dois jornalistas portugueses com acesso ao "Panama Papers" confirmaram a existência de documentos que indicam que Luís Portela controlava a Grandison International Group Corp, a offshore que o grupo farmacêutico adquiriu antes de criar a Bial América Latina SA, na cidade de Panamá. Mas vão mais longe no que se refere a Ilídio Pinho concluindo, através de ampla documentação que conta com a assinatura do comendador, que a offshore IPC Management Inc, que antes já fora Fraybell Company, e a Fundação Ilídio Pinho são a mesma coisa.

Estes três primeiros nomes não constituirão certamente uma amostra significativa que nos permita caracterizar o envolvimento português neste escândalo. Ainda bem, porque, pela amostra, poderíamos concluir que a vigarice aumenta á medida que aumenta o peso institucional dos intervenientes. Quanto mais referência são, quanto mais importância têm no regime, quanto mais comendas têm ... mais aldrabões são!

E isso seria trágico...

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