Se tinha de acontecer, que fosse hoje...
A máquina de Bruno Lage não terá propriamente gripado, mas emperrou. Alguma coisa perturbou a engrenagem que tão bem vinha a funcionar, e o Benfica perdeu um jogo que ninguém contava perder.
Nada saiu bem hoje em Zagreb, mas o pior mesmo, pior ainda que o resultado, foi perder Seferovic, vá lá saber-se por quanto tempo e com que consequências. As coisas até pareciam ter começado bem, com o Benfica a impor o seu futebol, e criar logo aos sete minutos uma grande oportunidade de golo, com Grimaldo no toque final a permitir a defesa ao guarda-redes croata.
Só que não se repetiu, e acabou por ficar única. O Benfica não criaria mais qualquer oportunidade para marcar, ao contrário da equipa croata que, sem jogar nada de especial, e com muito menos bola, criou duas ou três ao longo do jogo. Se as coisas já não estavam a correr bem pior ficaram ao minuto 30, quando os músculos de Seferovic cederam. E logo a seguir, do nada, Rúben Dias teve uma daquelas paragens que já não lhe reconhecíamos e fez um disparate, oferecendo o penalti que daria no golo que fez o resultado. Que, sem Seferovic nem qualquer outro ponta de lança, nunca mais o Benfica mostrou ser capaz de alterar.
Não se pode dizer - era só o que faltava! - que o Benfica tenha a eliminatória perdida. Mas lá que colocou dificuldades onde elas não existiam, disso não sobram dúvidas. O Dinamo de Zagreb é um adversário acessível, como de resto hoje mostrou. Mas se marcar um golo na Luz, de hoje a uma semana, pode complicar as contas. O 1-0 tem essas coisas, como se sabe.
Resta-nos esperar que isso não aconteça. Que Seferovic regresse depressa e que nada de mal possa também ter acontecido a Grimaldo. Mas, acima de tudo, esperar que o que aconteceu hoje não volte a acontecer. Que a equipa não volte a desligar!
Se tinha de acontecer, que acontecesse hoje. É esse o único sentimento positivo que fica deste primeiro jogo dos oitavos de final desta Liga Europa, em que também já tínhamos grande fé.