Sem honra nem glória. Apenas vexame!
Já sabíamos que Fernando Santos acredita mais em milagres que na capacidade de um conjunto de jogadores que estão entre os melhores do mundo, e que integram as melhores equipas do planeta. O que é absolutamente inacreditável é que, agarrado ao milagre do título europeu, tenha transformado tão extraordinário lote de jogadores numa selecção mediocre.
Mais inacreditável ainda é que Fernando Santos ache que faz tudo bem. Os jogadores, é que não. Os jogadores é que não conseguem. Aqueles jogadores não conseguem ligar o jogo, garante. Não conseguem ter bola. Diz e repete, como se nos quisesse convencer que jogadores que são dos melhores que há, e que jogam nas melhores equipas mundiais e que disputam as mais exigentes competições do futebol mundial, não sabem jogar à bola.
A selecção nacional tinha a obrigação de ter garantido o apuramento para o malfadado mundial do Qatar bem antes de chegar a este jogo decisivo, em casa, em que lhe bastava um empate. Mesmo que aquele golo na Sérvia - já agora onde a selecção teve em metade do jogo, na primeira parte, a única prestação minimamente condizente com a qualidade dos jogadores -, que não contou, tivesse desde logo empurrado a decisão para este último jogo. Porque, em boa verdade, já foi por Fernando Santos ser o que é que a selecção empatou um jogo que ganhava por 2-0 ao intervalo, depois de exibir uma enorme superioridade sobre a equipa sérvia.
A Sérvia é uma selecção de terceira linha do futebol europeu, mas os outros adversários eram ainda muito mais fracos. Por isso, a partir desse jogo na Sérvia, o mais normal seria que as duas equipas ganhassem todos os jogos. A Sèrvia foi infeliz na Irlanda, e empatou esse jogo. Onde a seleccão portuguesa foi incompetente, e também empatou ... mas com muita sorte. Num jogo miserável que marcou, e muito, o de hoje.
Hoje bastava o empate para conseguir o apuramento. Era Fernando Santos nas suas sete quintas e, com jogadores de topo mundial, armou uma equipa para não perder com um adversário de terceira categoria, dentro da sua estratégia de eleição. Com a sorte de marcar no primeiro minuto, o que podia ser o melhor, foi o pior. A partir daí só uma equipa jogou à bola. A Sérvia empatou pouco depois da meia hora (num frango monumental, para acentuar o vexame), e depois de já ter tido uma bola de golo no poste. Na segunda parte Fernando Santos jogou com três trincos - Danilo (é incrível como foi titular), Palhinha e Ruben Neves!
A Sérvia marcou o golo da vitória que lhe deu o apuramento ao minuto 90. Nada mais que o merecido castigo. Acreditar agora que no play-off é que vai ser, é pouco menos que acreditar em milagres. Fernando Santos acredita. Mas já ninguém acredita nele. Os senhores da Federação Portuguesa de Futebol podem estar-se nas tintas para os adeptos, mas convinha que não se esquecessem que nesse "ninguém" se incluem os jogadores.
Há mais de 11 anos, Cristiano Ronaldo abriu a porta da rua a Carlos Queirós com uma frase: "assim não, Carlos, assim não". Se quer estar no seu último mundial é hora de se lembrar disso.