Sem preconceitos
Foi notícia em todo o lado, com reportagens em todas as televisões, o impedimento de uma miúda de 13 anos - nascida no Paquistão e residente em Tavira - participar num jogo de basquetebol, em Albufeira. Tudo porque, sendo muçulmana e usando hijab, usava por baixo do equipamento oficial peças de roupa que lhe cobriam as pernas e os braços, coisa que a equipa de arbitragem entendeu violar os regulamentos.
Parece no entanto que não. Os regulamentos da Federação Internacional de Basquetebol prevêem, desde há dois anos, a possibilidade de jogadoras muçulmanas cobrirem a cabeça e o corpo. Daí que apenas sobrem razões de ordem estética (que não podem, evidentemente, depender do critério da equipa de arbitragem, mas deixemos isso de lado), até porque não foi pela cobertura das pernas - com uns comuns collants, por muitas dúvidas estéticas que os calções também levantem - que o impedimento foi invocado. Foi pela cobertura dos braços, com uma inestética (mesmo assim menos que os calções) camisola de manga comprida por baixo da camisola de alças do equipamento usado comummente na modalidade.
Tudo apontaria para que aí estivesse mais um dos infindáveis casos de preconceito dos nossos dias. Não me parece. Parece-me mais qualquer coisa que se resolva com facilidade numa visita a uma loja da Nike. Que certamente já pensou nisto!