Sempre à boleia
Por Eduardo Louro
Santana Lopes quer muito ser Presidente da República. Como quis muito ser presidente da Câmara de Lisboa, como quis muito ser líder do PSD, muito antes de, ao contrário do outro que tinha a certeza que o viria a ser, querer muito ser primeiro-ministro. Mesmo à boleia...
Há muito que fez saber isso. Lá no fundo sempre acreditou que o Passos, tão depressa quanto soubesse disso, lhe daria a mão. Havia um problemazito: Durão Barroso…
Mas o nosso – lagarto… lagarto…lagarto – homem de Bruxelas depressa percebeu que a maré não era a melhor. Pôs-se a jeito, insistiu até mais do que o seu apregoado aguçado faro político deixaria prever, mas, mesmo a contra gosto e muito contrariado, para grande gáudio de Santana, que voltou a apanhar boleia, pôs-se fora.
Marcelo Rebelo de Sousa não é problema. Há muito que Passos tratara de desenhar um perfil de presidenciável à medida para o deixar de fora…
Caminho aberto por isso. Passos disse-lhe isso mesmo, e Santana lá teve o Expresso de páginas (e pernas) abertas. Com destaque de primeira página e tudo, a dizer que seria estimulante defrontar Guterres.
O problema não é Santana Lopes não conhecer o princípio de Peter. Para ele, isso nunca foi problema... Nem que esteja sempre à boleia, nem que todas lhe sirvam... O problema é a teimosia cega de Passos. Mesmo que daqui não venha mal maior, o eleitorado tratará certamente do assunto…