Sempre a cair
Sempre a cair. A cair ao longo do jogo, e a cair de jogo para jogo. É este o estado da equipa do Benfica!
Hoje, em Leiria, no primeiro jogo desta final a quatro que faz o formato da Taça da Liga, o Benfica confirmou a dinâmica de queda que não se sabe quando, e como, possa ser interrompida. Depois das péssimas exibições dos dois últimos jogos, contra adversários do fim da tabela classificativa do campeonato hoje, contra um Boavista mais que desfalcado (não tinha centrais, e teve que alinhar com laterais no centro da defesa), a equipa conseguiu ainda fazer pior.
Pior, e sempre a piorar. Começou menos mal, e teve até nos primeiros minutos a única jogada em todo o jogo com qualidade, com Yaremchuk a permitir a defesa a Bracali. Depois chegou ao golo, mas isso foi uma oferta da defesa boavisteira, num erro clamoroso dos seus centrais, que eram laterais. A partir daí foi sempre a cair e, ao intervalo, com mais de 70% de posse de bola, o Benfica tinha efectuado três remates: o tal do avançado ucraniano - que continua a não ter nada a ver, nem de perto nem de longe, com o jogador da selecção ucraniana -. e dois de Everton, o do golo, e outro para as nuvens, na segunda oportunidade de golo criada. A terceira só aconteceria já no final do jogo
Jogou mal, porque teve muita bola sem saber o que fazer com ela, como é costume. O Boavista rematou muito mais, praticamente sem ter bola. Mas nunca incomodou muito, mais parecendo que rematava para a estatística. O que incomodava mesmo era o confrangedor futebol do Benfica!
Na segunda parte tudo foi diferente. O Benfica piorava ainda mais, e bastaram cinco minutos para o Mourato cometer um inacreditável penalti. Não me lembro de alguma vez ter visto tal coisa: a sair com a bola, dentro da área, deixa-se perder a posição para um adversário que vem de trás, a ponto de, para jogar a bola, fazer penalti. Inacreditável!
O Boavista empatou e a partir daí tomou conta do jogo. Ganhou todos os duelos - como todos estão a ganhar -, ganhou todas as antecipações e tapou todas as linhas de passe ao Benfica com a maior das facilidades. Rematou - fez 16 remates, o dobro dos do Benfica - e já não era para a estatística. Era para golo. Valeu Vlachodimos, o único jogador do Benfica a salvar-se do descalabro geral. Evitou três golos, um deles num golpe de rins que mais pareceu milagre.
Como também já é crónico, Nelson Veríssimo não consegue, do banco, estancar a queda livre da equipa. E as substituições voltaram a ser incompreensíveis para quem quer que estivesse a assistir àquilo. Os piores dos piores continuaram em campo. Lázaro, o pior dos piores, lá continuou. Entrou Gonçalo Ramos, mas também Gil Dias, Meité e Rodanjic. Não tinha por onde correr bem, e não correu, evidentemente. Pizzi entrou a quatro minutos dos 90, mas já para os penaltis. Até essa correu mal - Pizzi ainda fez o único remate da segunda parte que poderia ter acabado em golo, mas falhou logo o primeiro penalti. De forma completamente displicente.
O que diz muito do que é Pizzi nesta altura. No que ele se fez, ou no que dele fizeram? Seria interessante saber a resposta!
O apuramento para a final de sábado acabou por cair do céu no desempate por penaltis. Nem aí o Benfica foi competente - Pizzi foi incompetente e displicente, Verthonghen foi apenas incompetente, atirou ao poste. A competência de Grimaldo, Meité e Weigl só foi suficiente porque o Boavista foi ainda mais incompetente, falhando os primeiros três penaltis. Dois da forma verdadeiramente incompetente. O outro foi mais uma grande defesa de Vlachodimos, o grande responsável pelo afastamento do Boavista da final a que, no fim de contas, merecia ter chegado.
No próximo sábado lá estará o Benfica à procura do único troféu, não só da época, como das últimas três. E nunca as expectativas foram tão baixas!