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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Susto de aviso

Depois de Barcelona, o Benfica apresentou-se hoje em Vila do Conde para o jogo que lhe cabia nesta 26ª jornada da Liga, contra um adversário que, em casa, apenas tinha perdido um jogo. Com o rival Sporting.

Ao contrário do que chegara a ser anunciado, Bruno Lage - a contas com uma virose que o afastou da equipa nos últimos dias - apresentou-se no banco. Não viajou com a equipa, chegou mais tarde, mas lá esteve, ao comando. No onze inicial, algumas alterações, com o regresso de Carreras e Bruma. E com Amdouni, não propriamente um regresso, já que raramente tem sido titular. De pedra e cal, lá estavam os habituais Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Florentino, Aursenes, Kokçu e Pavlidis.

O Benfica entrou não só a mandar no jogo, mas também a jogar bem. Muito bem, mesmo. Sem deixar o Rio Ave sequer sair do seu meio campo. Trubin tocou na bola pela primeira vez já depois dos 15 minutos, e mesmo assim simplesmente para recolher uma bola perdida, que chegava pela primeira vez à sua área. O Benfica sufocava o adversário, com um futebol fluido e intenso, ia somando  oportunidades de golo, mas a bola não entrava. O costume!

Havia sempre uma perna no caminho da bola, um pé a desviá-la da baliza, um segundo de atraso na finalização, um toque a mais... Quando não havia nada disso havia os ferros da baliza, ou havia Miszta, um guarda-redes de (já sobejamente comprovados) grandes recursos. Para que o Benfica marcasse era preciso uma coisa do outro mundo. E ela aconteceu, à meia hora de jogo, na obra de arte de Kokçu. Como as coisas estavam, só assim o Benfica poderia marcar.

Ainda assim, com muita parcimónia. Já à beira do intervalo Amdouni produziu outra obra de arte, e nem assim deu golo. Deixou-o a cargo de Pavlidis, e ele falhou a tarefa.

E assim foi o jogo para intervalo. Como é já costume, com o resultado que, com um mínimo de eficácia nas oito oportunidades claras de golo criadas, deveria estar mais que decidido, completamente em aberto.

A segunda parte abriu com os mesmos dados da primeira. Se o golo do Benfica, à meia-hora, não tinha alterado nada da postura táctica do Rio Ave, a partida para a segunda parte também não. Ficava a ideia que a equipa de Petit apenas esperava que a tempestade passasse. Logo que passasse logo se veria o que poderia fazer. Contra aquele vendaval de futebol é que não havia nada a fazer.

Apesar de tudo o segundo golo não tardou tanto quanto tardara o primeiro. Ainda se não tinham esgotado os primeiros 10 minutos quando Pavlidis, depois de romper com a bola área adentro até ser rasteirado, converteu com irrepreensível rigor o respectivo penálti. 

Com 2-0 o Benfica abrandou. Daí a ter começado a relaxar não tardou muito. Daí até pagar a factura pelo relaxamento não tardou nada. Nada mesmo: Otamendi facilitou, e perdeu uma bola numa saída para o ataque; Florentino correu atrás do prejuízo, foi negligente e fez uma falta desnecessária, já perto da linha de grande área, em posição frontal para a baliza. Na cobrança do livre, a bola ressalta em Pavlidis, trai Trubin e entra na baliza.

De repente, ao primeiro relaxamento, o Rio Ave marcava e entrava na discussão do resultado. De repente, o Benfica via fugir a vantagem tranquila que tão difícil tinha sido conquistar. E de repente o Rio Ave ressuscitava, soltava para o jogo os feios, porcos e maus que Petit sempre tem nas suas equipas, e lançava a intranquilidade numa equipa que poucos minutos antes dominava por completo os acontecimentos.

Os acontecimentos desencadeavam-se ao ritmo de 10 minutos. 10 minutos foi o espaço de tempo entre o segundo golo do Benfica, em pleno auge exibicional, e o primeiro sinal de quebra mental. Foi também o espaço que mediou entre o primeiro golo e o do empate, num inacreditável erro de Florentino. Novamente. 

Gostamos todos - nem todos, é verdade - muito de Florentino. Acarinhamo-lo sempre, e continuaremos a acarinhá-lo, mas todos sabemos que nunca será um jogador de top. Nunca será transferido pelos valores tantas vezes falados, nem para clubes de topo. Protestamos por não ser convocado para a selecção, e achamos que é perseguição. Mas é por estas e por outras. Não é só azar.

Para voltar a estabilizar a equipa, Bruno Lage (que ao intervalo trocara Tomás Araújo, com insuficiências físicas, por Barreiro, com Aursenes a voltar ao lado direito da defesa) acabara de fazer três substituições, lançado Renato Sanches, Belotti e Akturkoglu. De repente, a equipa que estaria programada para retomar o controlo do jogo, estava obrigada a começar tudo de novo, com apenas 15 minutos para jogar.

Valeu que, conforme o relaxamento do Benfica tirou o Rio Ave lá de trás, também o sucesso no marcador fez com que para lá não regressasse. Se a equipa de Petit voltasse à anterior postura defensiva teria sido mais difícil. Assim, com o Rio Ave a pensar que ganhara direito a tudo, até a poder ganhar o jogo, foi mais fácil ao Benfica exercer a sua óbvia superioridade. E em cinco minutos voltou para a frente do marcador, numa excelente jogada de futebol que passou pelos pés - e categoria! - de Belotti, pela assistência de Aursenes, e pela excelente finalização de Akturkoglu.

Durou 5 minutos o susto. E 20 a tremideira. Com 10 - que seriam 14 - para jogar, o Benfica não permitiu mais qualquer veleidade aos vila-condenses. Desfrutou ainda de mais uma flagrantíssima oportunidade, em mais uma extraordinária jogada de futebol em que a bola, saída de novo dos pés de Akturkoglu, não quis entrar. Ia a entrar e desviou-se para o poste. Cruzou toda a linha de golo, e acabou por nunca entrar.

Agora, com mais calma para preparar os jogos, convém olhar com olhos de ver para a cabeça dos jogadores. Não será possível ganhar o campeonato - sendo claro que já não há qualquer margem de erro - se não forem resolvidas as paragens cerebrais que vezes de mais afectam alguns jogadores. Ah ... e também dá jeito afinar a finalização!

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