Preocupações
A Senhora Procuradora Geral da República acha que não tem que se pronunciar sobre nada do que se relaciona com as suas funções e responsabilidades. Tem a casa a arder, mas não tem nada a ver com isso. E deixa arder...
No entanto, sobre o que lhe não diz directamente respeito, não se escusa a comentários. E se for para lançar gasolina para cima do que já está a arder, melhor ainda.
Com as repugnantes barbaridades cometidas no Porto, na noite da última sexta-feira, na ordem do dia, a Senhora achou que era oportuno, e boa ideia, manifestar-se preocupada com a entrada no país de jovens "desenraizados" e "indocumentados", que “com elevada probabilidade poderão vir a denotar necessidades educativas manifestadas na prática de factos criminalmente relevantes”.
Não se lhe ouviu uma expressão de preocupação sobre os crimes que chocaram o país. Ouviram-se, em vez disso, palavras alinhadas com o discurso de ódio instalado, que alimenta a violência deste tipo de criminosos.