1º de Dezembro de 1640
"Antes rainha por um dia, que duquesa toda a vida" - D. Luísa de Gusmão, espanhola (que nome tão pouco espanhol) e rainha de Portugal!
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"Antes rainha por um dia, que duquesa toda a vida" - D. Luísa de Gusmão, espanhola (que nome tão pouco espanhol) e rainha de Portugal!
Se calhar não havia melhor maneira de assinalar o regresso do feriado do 1º de Dezembro que uma visita - em grande e "à séria", à boa maneira antiga, com o povo na rua a gritar vivas ao rei e piropos à rainha - dos reis de Espanha.
Já agora: e por que não ficam para amanhã?
Bebiam mais um copo e sempre davam algum salero às comemorações oficiais. E assistiam até ao desfile nacional das bandas filarmónicas. O que - quem sabe? - levaria até a RTP à sua transmissão em directo... E, veja-se bem as voltas que isso daria, a encher a alma do José Ribeiro e Castro...
Dentro de pouco tempo ninguém se lembrará do 1º de Dezembro como dia da Restauração. Se calhar fica como o dia em que os chocalhos de Alcáçovas ficaram património mundial...
Por Eduardo Louro
Há poucos ... poucos anos, o dia de hoje era feriado. O que comemorava o 1º de Dezembro de 1640, o dia da Restauração. Alguém que quis ir além da troika acabou com ele... Alguém que, ironicamente, viria a invocar a data justamente na hora da despedida daqueles que haviam venerado... Que em 17 de Maio passado invocou em vão o 1ºde Dezembro de 1640!
Diz-se por aí que vai voltar... O feriado, está bem de ver!
Por Eduardo Louro
Será porque anda para aí um gajo a dizer que Dezembro é Junho com dia marcado, e que 1640 é em 2014, que hoje não é feriado?
Por Eduardo Louro
Este será, a não ser que a profecia de Ribeiro e Castro se cumpra, a última vez que, em feriado, poderemos comemorar a Restauração do 1º de Dezembro de 1640!
E na última vez logo tinha de calhar ao sábado…
Por Eduardo Louro
Logo ao início do dia, aqui em baixo, convidava ao aproveitamento deste feriado. Porque iria acabar! Quando vemos as coisas a acabar é que lhe damos valor, é que entendemos que as devemos aproveitar…
Entretanto, ao longo do dia, multiplicaram-se os protestos pelo desaparecimento deste dia do calendário de feriados nacionais. Protestos atribuídos a nacionalistas, adjectivo há muito desvirtuado!
No entanto, muitos dos nacionalistas de outros dias e de outras circunstâncias, permitindo que a sua nobre motivação de seguir e defender tudo o que seja medida do actual governo suplante as suas mais profundas convicções nacionalistas, dizem que não há qualquer problema em acabar com este feriado. Tive oportunidade de ver justificações fantásticas. Dois exemplos: comemora-se o dia do pai e, no entanto, não é preciso que seja feriado; ou outro é o dia dos namorados!
Comemora-se hoje, pela última vez em feriado, o dia da restauração da independência. Depois de mais de quatro séculos de independência, uma independência reconfirmada mas não perdida entre 1383 e 1385, perdera-se na sequência de Alcácer Quibir e da crise dinástica, mas também da divisão e do desnorte das elites nacionais e da bancarrota (mais uma) que se lhe seguiram. Foram sessenta anos de domínio filipino e de opressão castelhana a que, graças à coragem e patriotismo dos conjurados, mas também à atenção que os castelhanos estavam obrigados a dedicar à Catalunha, o povo português pôs termo a 1 de Dezembro de 1640.
Na opinião daqueles nacionalistas agora mais dados ao seguidismo governamental, a data pode muito bem continuar a ser assinalada mesmo sem feriado. Sabemos que não é assim. Se, mesmo sendo feriado, uma grande maioria da juventude actual não faz a mínima ideia do que se comemora, daqui a poucos anos não restará memória desta data fundamental da História de Portugal. Claro que a culpa não será apenas deste governo que mata o feriado. Será de todos nós que permitimos que se apaguem todas as memórias…
Não permitimos apenas que se perdessem as memórias. Permitimos que se perdesse a própria independência nacional. Portugal, que deixamos enxamear de Miguéis Vasconcelos, está hoje muito longe de ser um país independente, como bem sabemos.
Daí que me permita a dar uma ajuda aos que procuram argumentos para justificar o desaparecimento deste feriado. É bem simples: não se comemora o que não existe! Se o objecto da comemoração desapareceu, desaparecem, naturalmente, os motivos para comemorar. Ninguém festeja o aniversário depois de morrer!
E assim vai morrendo o país. E assim vamos todos morrendo!
Por Eduardo Louro
Aproveitem bem. É que este acabou-se. Para ano já não há!
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