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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

PÉS DE BARRO

Por Eduardo Louro

 

Hoje os mitos caem muito depressa. Depressa de mais!

A fotografia correu mundo e virou símbolo. Um símbolo forte, capaz - quem sabe - de concorrer com o cravo vermelho a sair do cano da espingarda…

O imediatismo da sociedade que construímos, a cultura do sucesso fácil, dos Big Brothers, Casas dos Segredos e afins, trataram da sua rápida destruição…

Somos especialistas em revoluções românticas. Mas, mesmo assim, eu sempre tive alguma dificuldade em ver ali o que quer que fosse de revolução… Nem sequer romantismo! Parecia-me mais outras coisas…

ELES VÃO PERCEBER ISTO...

Por Eduardo Louro

 


Disse-se e escreveu-se por todo o lado nestes últimos dias – e também aqui - que o governo quebrou o consenso que existia em Portugal.

Ficou hoje provado o contrário: que o governo provocou afinal o maior consenso alguma vez verificado na sociedade portuguesa!

E no entanto não há aqui qualquer contradição. O governo quebrou consensos nas superstruturas político-institucionais, mas gerou verdadeiro consenso na sociedade civil. O governo abriu brechas no campo do jogo político, dinamitou pontes das negociatas que fazem com as nossas vidas mas, sem nunca o perceber – como nada parece perceber do que se passa à sua volta -, provocou o reforço do maior dos pilares da democracia e aquele que mais temíamos estar fortemente degradado e prestes a cair.   

O governo, este governo, conseguiu em pouco mais de ano congregar o repúdio e a revolta do país e o máximo denominador comum da mobilização dos portugueses. Que se uniram no maior e mais genuíno protesto cívico da História da democracia portuguesa!

Uma jornada de protesto memorável, de norte a sul do país, que juntou portugueses de todas as idades, de todas as condições sociais, trabalhadores e empresários. Sem necessidade de nenhuma organização tutelar, de qualquer máquina que aluga autocarros para encher de pessoas a despejar numa qualquer Praça da capital. Com a participação de milhares de debutantes em acontecimentos desta natureza: milhares de cidadãos, de jovens a idosos, que pela primeira vez na vida integraram uma manifestação!

O movimento surgiu nas redes sociais, e por lá se ia percebendo que iria ganhar dimensão. Mas sabe-se como é: por lá é fácil pôr um like, ou aderir mas, chegada a hora, o sofá ou a praia – e como foi quente este dia – falam mais alto e ninguém mais se lembra de um compromisso que, sabe, também ninguém leva muito a sério. Também isto este governo conseguiu quebrar: a participação em qualquer dos locais de convocatória nada, mas mesmo nada, teve a ver com os vou registados!

Neste dia quente de final de Verão, que cheirou a Primavera, quando a classe política, e os que a seguram e alimentam não se farta de dizer que Portugal não é a Grécia, enquanto para lá nos empurra todos os dias, os portugueses vieram dizer mais: Que Portugal não é a Grécia  nem deixarão que seja!

É comum dizer-se que estas coisas não têm consequências, que tudo acaba quando cada um regressa a casa. Não é bem assim e, desta feita, não será mesmo assim!

Hoje muita gente recuperou algum do orgulho perdido em ser português. E isso tem um valor inestimável: é o primeiro passo para percebermos que podemos ganhar muita coisa. Resgatar o orgulho no colectivo que somos é o primeiro passo resgatar a nossa dignidade. Para, depois, não mais a deixar roubar!

Que se lixe a troika. Queremos as nossas vidas …. Eles vão perceber isto…

 

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