Estamos a acordar – uns mais ressacados que outros – da noite que dedicamos à chegada deste que nos irá responder a esta pergunta, que nos assalta de há largos meses a esta parte!
Claro que traz mais respostas, mas é esta que lhe dá importância. Até pode ser que, à boa maneira de quem sabe como gerir o alinhamento do espectáculo, a guarde para o fim. Mas, como em muitos espectáculos, o público pode levar a profundas alterações de alinhamento…
Também traz no bolso a imposição (final?) do acordo ortográfico. Para já começa por impô-lo em tudo o que seja documento oficial. O Quinta Emenda não é nem tem nada de oficial. É resistente e não se entrega sem luta…
A chegada do ano novo é sempre tempo de alinhavar novos projectos, de projectar sonhos e desejos. É tempo de esperanças, novas ou renovadas… É tempo de desejar a concretização de sonhos e projectos - novos ou adiados – ou simplesmente de ilusões, daquelas que sabemos que nunca passarão disso!
É tudo isso que estamos habituados a reflectir nas mensagens de ano novo que trocamos, com os votos de um bom, feliz e próspero ano novo!
Não é certamente o caso deste novo ano que nos preparamos para receber. Tendo como certo e adquirido que 2012 vai ser o nosso annus horrbilis, é de admitir que, bom mesmo, seria fazer deste ano o que as Ilhas Samoa fizeram desta sexta-feira, 30 de Dezembro, que a riscaram do calendário para directamente passarem para sábado, 31. Bom mesmo seria que, desta noite de 31 de Dezembro de 2011, passássemos para 1 de Janeiro de 2013. Ou de 2014. Ou de 2015!
Mas parece não ser possível dar esse salto no tempo. O que os samoenses fizeram com um dia não poderemos nós fazer com um ano. Daí que, em vez de desejarmos um bom ano uns aos outros, se justifique desejarmo-nos não apenas um mau ano mas o pior de todos os anos das nossas vidas. Se não conseguimos trocar as voltas este ano novo, se ele vai ser o que se anuncia - e já que, contra crenças, profecias e mitos, o mundo não irá acabar em 2012 - então que seja mesmo o pior. Que não voltemos a ter mais nenhum como este, que seja o da remissão definitiva dos nossos pecados, para que possamos voltar a ter a esperança de anos melhores para todos!
Por isso perdoem-me mas, desta vez, não vou apresentar votos de um bom, feliz e próspero ano novo. Vou precisamente desejar que este seja o pior ano das nossas vidas! E que passe depressa, logo este que, bissexto, ainda é maior!
Porque, contrariando Nostradamus, não será certamente o último... Valha-nos isso!
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