Nas estrelas*
Em 2012, já lá vão pois 6 anos, foi descoberto um novo corpo no sistema solar. Trata-se de um novo asteróide, que ficou identificado como 2012 FF25, uma espécie de nome de código em fase experimental.
Seis anos, foi quanto cientistas e astrónomos demoraram a validar a descoberta e, muitas observações telescópicas depois, a confirmar com rigor a sua órbita e a sua localização. Só agora a descoberta foi finalmente tornada oficial pelo Minor Planet Center. Só agora deixou de ser um projecto científico para passar a ser um novo membro do sistema solar. Chegou agora a hora de o baptizar, de lhe dar o nome próprio com que passará a figurar no catálogo dos corpos do Sistema Solar.
São normalmente os progenitores que escolhem os nomes aos filhos. O mundo da ciência e da astronomia respeita essa regra, e indigitou já os autores da descoberta para atribuírem nome por que passará a responder o novo asteróide.
O que é que haverá aqui de mais? – perguntarão. Muita coisa, respondo já!
É que esta descoberta aconteceu em Portugal, fruto de uma campanha organizada pelo Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO) com quatro Escolas do ensino secundário: a Escola Secundária D. Maria II, em Braga; a Escola Secundária Luís de Freitas Branco, em Paço D’Arcos; o Agrupamento de Escolas de Valpaços; e a nossa Escola Secundária D. Inês de Castro.
Mais importante que a escolha do nome – é a primeira vez que Portugal vai escolher um nome para um asteróide, mesmo que já haja um com o nome de Portugal (o“3933 Portugal”), mas descoberto por um astrónomo dinamarquês, em 1986 – mais importante que a escolha do nome – dizia eu - é que a descoberta se deve mesmo a portugueses e, mais importante ainda, a jovens estudantes do Ensino Secundário. Entre os quais, e mais uma vez, gente da nossa terra que, mais do que de orgulho, nos enche de esperança.
Daqui, desta modesta tribuna, deixo um forte aplauso e os meus parabéns a todos os jovens e professores envolvidos no projecto. Naturalmente que um bocadinho mais forte, e mais emocionados, para o Bernardo Figueiredo e para o Professor Paulo Carapito, que constituem a equipa da nossa D. Inês de Castro em tão marcante descoberta científica.
Agora, venha de lá esse nome!
* Da minha crónica de hoje na Cister FM