Quando as eleições assustam
O ano que estamos a iniciar vai ser único em eleições. São muitos milhões - "all over the world" - de cidadãos a ser chamados a eleições. Ainda assim muito menos do que aqueles que continuam privados desse básico exercício de cidadania, que caracteriza a democracia.
Por cá vão ser três, em apenas quatro meses, quando apenas uma estava prevista. Então, quando apenas contávamos com as Europeias, eram muito importantes. Delas e do seu resultado dependiam líderes políticos, como Montenegro. E até António Costa, e o governo, no que se ia percebendo de Belém, nos tempos em que tudo servia a Marcelo para apontar a espada à cabeça do agora demissionário primeiro-ministro.
Tudo isso passou à História e, da máxima importância, as europeias voltaram à irrelevância do costume. Como, de primeiras, e únicas, passaram a últimas. Não foi só isto que se inverteu, e este ano de eleições passou de regenerador a assustador.
Assusta o que poderá resultar das eleições de Março. Assusta o espectro da ingovernabilidade, e assusta o provável xadrez político que delas poderá resultar. E assusta o que poderá resultar, lá mais para Novembro, das presidenciais americanas.
Assustador é ainda constatar como a (pequena) parte do mundo que vive em democracia está assustada com a sua mais elementar forma de expressão. Mais assustador ainda é pensar que há razões para isso!