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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Futebolês #70 ABRIR AS HOSTILIDADES

Por Eduardo Louro

  

Hostilidade é coisa que não falta em lado nenhum. Na vida, no dia-a-dia de cada um, nas relações internacionais, em tudo. Mas é na política e no futebol que as hostilidades são mais visíveis. Mais que nas guerras!

Nesta precisa altura diria mesmo que nem na Síria ou na Costa do Marfim as hostilidades atingem a dimensão do que por cá se passa na política. E no futebol!

Na política há muito que as hostilidades estão abertas. Entramos agora numa escalada verdadeiramente violenta – já se luta corpo a corpo, em ataque e resposta – que até ao próximo dia 5 de Junho não parará de subir. Com maus resultados, como sempre acontece com as escaladas de violência!

No futebol é o clássico de domingo entre o Benfica e o Porto a ditar as hostilidades. Tem tudo: pode, em caso de vitória do Porto, decidir o título a seu favor – o que representaria uma dolorosa passagem de testemunho para os benfiquistas -, as memórias estão bem frescas com tudo o que se passou nas duas visitas do Benfica ao Dragão (as pedradas ao autocarro e às casas do Benfica, as bolas de golfe, os isqueiros…) e mais vivas ainda com a recente agressão a um vice-presidente do Benfica, à saída de um restaurante no Porto e, há pouco mais de uma semana, com a emboscada que vitimou o autocarro do Benfica e o carro do seu presidente quando regressavam do último jogo, em Paços de Ferreira. De retaliação em retaliação até à desgraça final – parece ser este o caminho destas hostilidades a que ninguém parece querer pôr fim.

Mas há outras hostilidades abertas. Por exemplo entre o Braga e o Sporting, com o treinador Domingos Paciência no meio. E Pinto da Costa a manobrar, evidentemente!

Percebia-se que isto viria a acontecer: o candidato vencedor das contestadas eleições do Sporting tinha, ao contrário de todos os outros – que apresentaram soluções firmes e definitivas para o que, pelo que se viu na campanha, era o mais importante problema a resolver no Sporting – deixado no ar que o seu treinador era Domingos. Disso não ficaram quaisquer dúvidas! Como dúvidas também não ficaram que, dados os interesses e as classificações na Liga do Sporting e do Braga, esse era um assunto a tratar com pinças. Ambos disputam o terceiro lugar no campeonato que, sendo o último do podium, é muito mais do que isso. É, pelas implicações que tem na estruturação e na preparação da nova temporada, a chave do sucesso da próxima época. Tão simples quanto isto: O Domingos, treinador do Braga de inquestionável profissionalismo, que orienta uma equipa em ascensão que, desde que ganhou aquele célebre jogo ao Benfica, não mais parou de ganhar, continuando assim e ganhando a um Sporting em queda livre, que recebe na última jornada, cria enormes dificuldades ao Domingos do Sporting. Que, para não começar a ver logo lenços brancos e a Juve Leo a tratar-lhe da vidinha (o cenário é bem negro, sabendo-se o que por lá se passou pela madrugada do último sábado!) tem que entrar a ganhar, sem qualquer margem de erro! Para esse desiderato o terceiro lugar é vital!

Este quadro apanhou alguém distraído. E, independentemente da manchete do Reccord – que dava Domingos como certo no Sporting, em cumprimento da palavra dada - em dia das mentiras, alguém acabará traído. Que o Braga tinha o problema resolvido, e que se estava já nas tintas para o Domingos, já todos tínhamos percebido. Nem sequer houve qualquer esforço para o esconder: Pinto da Costa já tinha tratado da solução Leonardo Jardim, como aqui referi há uns tempos, e, portanto, para o Braga, não havia qualquer problema. Para Pinto da Costa, que via os sportinguistas encantados com Van Basten, Rijkaard e Zico, também não! Só depois é que percebeu que teria de ordenar, já completamente fora de tempo, a renovação do contrato com o Domingos. E mais uma vez deixou claro que  abre hostilidades sempre que lhe convém, coisa que os de Alvalade têm dificuldade em perceber!

E com tudo isto já me ia esquecendo do futebolês – que é aquilo que aqui nos traz todas as semanas. Abrir as hostilidades, em futebolês, não tem nada a ver com essas guerras. Refere-se apenas àqueles jogos mornos, com toda a gente entretida no tal estudo mútuo, num jogo que nem ata nem desata e, de repente, alguém abre o livro, alguém pega no jogo, e alguém espevita aquilo. Basta, às vezes, um simples remate para, de repente, a intensidade subir e projectar o jogo para outra dimensão. De repente o jogo mudou. É outro, o que nunca sucederia se alguém não tivesse decidido abrir as hostilidades! Uma pedrada no charco que rompeu com a paz podre

E, disto sim! Disto é que também o país precisa… Não é das outras hostilidades!

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